Diferentes confissões tiveram oportunidade de promover um diálogo sobre religião e cidadania em solenidade realizada na Câmara de Taubaté no dia 19. Os trabalhos foram dirigidos por Jessé Silva (SD), e o pronunciamento oficial foi apresentado por João Vidal (PSB).
O padre Marcelo Henrique de Souza abriu as palestras, em nome da comunidade católica. Disse que um dos papéis da igreja é estabelecer com a sociedade civil e o poder público relações de cooperação ética. “Cabe ao líder preparar seus fieis para a vida política engajada. Somos responsáveis pela nossa história, e é injusto com Deus deixar as coisas ao acaso, dizendo que Ele resolve. O diálogo inter-religioso é um pressuposto para que o diálogo possa acontecer no plano político”, disse o padre.
Pela comunidade espírita, Guilherme Soares Azeredo sugeriu uma reflexão sobre a boa convivência. “Cada religião propõe um padrão moral e de respeito a uma boa convivência. A ética, um conjunto de valores e princípios que orientam nossa vida, nos ajuda a fazer escolhas, mas precisamos de referência para fazer escolhas. Temos como referência Jesus, que não é um objeto de culto, mas um modelo de comportamento, que precisa ser vivido”, afirmou.
A comunidade evangélica foi representada pelo pastor José Flávio dos Santos. Ele citou uma passagem de Mateus, em que Jesus diz: “Vinde a mim todos os que estais cansados e sobrecarregados, e eu vos aliviarei”. “Jesus não especificou um grupo de pessoas, ele disse ‘todos’. É uma condição generalizada. Estamos vivendo uma sociedade oprimida, cujo axioma é ‘ter’ em detrimento do ‘ser’, um axioma da modernidade, infelizmente, exaltando o materialismo.”
Em nome da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, Adriano Borges mencionou que 84% da população do mundo se identificam com alguma religião, mas 77% vivem em países com restrições muito elevadas de liberdade religiosa. “A religião faz a civilização avançar, preserva a liberdade, incita fieis a prestar serviços ao próximo, o que em geral traz enormes benefícios para a sociedade, preserva a estrutura social, edifica comunidades mais poderosas que a humanidade conhece.”
O ministro Francisco Edmar de Souza Junior explicou que a Igreja Messiânica Mundial do Brasil prega três colunas de salvação: o Johrei, um método de canalização de energia espiritual; a agricultura natural, para estimular o contato, o respeito e a gratidão para com a natureza; e o belo, a arte de enriquecer sentimentos dos homens.
“Esses pilares têm objetivos de atender toda a sociedade, preparando o ser humano para um mundo melhor, entendendo que tudo foi criado por Deus.”
Ao final, o presidente do Conseg (Conselho Comunitário de Segurança), Indalécio Santos Dias, sugeriu trabalho conjunto entre igrejas e o órgão para reforçar o valor da família. “O problema da sociedade está nos valores, e quem melhor para ajudar do que as religiões? Trabalhando com a sociedade civil, fica mais fácil promover a cidadania e recuperar as famílias e os valores.”
Participaram da solenidade os vereadores Dentinho (PV), Douglas Carbonne (PCdoB) e Loreny (PPS).
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jun 20, 2018Bruno FonsecaTaubatéComentários desativados em Câmara de Taubaté celebra Diálogo Inter-religiosoLike