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quinta-feira 28 novembro 2024
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Brasileiro passa muito tempo no celular e subestima problemas de visão, diz especialista

O Brasil pode não estar bem ranqueado em muitas pesquisas, mas se tem uma em que o país sempre ocupa as primeiras posições é na quantidade de aparelhos celulares. Hoje, 42,8% da população têm smartphone – o que nos classifica em quarto lugar. Outra pesquisa mostra o país ainda mais à frente. O Brasil está em segundo lugar no tempo em que os usuários permanecem conectados. Em média, o brasileiro passa mais de nove horas na internet. Jovens, adultos, idosos e crianças. A sensação é de que ninguém quer ficar de fora. Mas o que muitos ignoram são os riscos reais para a visão. Na opinião do oftalmologista Renato Neves, diretor-presidente do Eye Care Hospital de Olhos, muitas pessoas são totalmente negligentes com relação aos efeitos deletérios da luz azul violeta dos LEDs.

Essa luz azul violeta visível, segundo o médico, pode ser bem agressiva aos olhos, mesmo tendo menos energia do que a luz ultravioleta – contra a qual nos protegemos ao usar óculos de sol com filtro UVA e UVB. Ela está nos escritórios e escolas (luz espiral), nos aviões, nos dispositivos móveis que acessamos continuamente durante o dia e a noite. “As crianças são as mais vulneráveis à emissão de luz azul violeta, porque têm acesso a todos os dispositivos tecnológicos e já os incorporaram à rotina, inclusive durante os estudos. Como seus olhos estão ainda em desenvolvimento, eles não têm pigmentos que ajudam a filtrar uma parte dessa luz. Mas isso não quer dizer que os adultos estão livres de risco, especialmente aqueles que passam horas no celular. O ideal, em todos os casos, seria limitar a exposição diária a essa emissão luminosa, principalmente antes de ir para a cama”.

De acordo com o oftalmologista, o primeiro problema para quem passa muitas horas conectado é uma redução significativa na produção de lágrimas. Com o tempo, a visão fica estressada. Ou seja, mesmo que temporariamente, a pessoa percebe imagens com pouca definição, meio sem foco e borradas, resultado da pouca lubrificação ocular. Além dos sintomas de olho seco, podem ocorrer episódios de dor de cabeça e enxaqueca com mais frequência. O problema pode até mesmo se tornar crônico se não for tratado a tempo. “No longo prazo, a exposição à luz azul violeta também pode resultar em risco aumentado para DMRI (degeneração macular relacionada à idade) e catarata”.
Neves chama atenção para o fato de que versões modernas dos smartphones trazem o recurso ‘night shift’, que ajusta a temperatura da cor da tela dos aparelhos. Das 22h às 7h, ela emite consideravelmente menos luz azul violeta. Outra dica simples para proteger os olhos é piscar mais vezes durante o dia. “Esse exercício é ótimo para dar um ‘reset’ nos olhos”, diz o especialista. “Quando o olho não produz lágrimas suficientes ou quando elas evaporam rapidamente, essa condição pode ser bastante agressiva para a saúde ocular, podendo evoluir para ulceração da córnea ou até mesmo perda de visão. O problema vem aumentando consideravelmente com o hábito de as pessoas passarem horas e horas diante de uma tela de led, geralmente do celular ou computador”.

Dry Eye Spa trata olho seco com luz pulsada
O Dry Eye Spa é uma ala do Eye Care Hospital de Olhos inaugurada para atendimento exclusivo de pacientes com alterações nas glândulas meibomianas, responsáveis pela produção de lágrimas. Esse tipo de disfunção é muito comum em quadros de olho seco – problema que atinge mais de 40 milhões de brasileiros. A novidade, agora, é o sucesso do tratamento com aplicações de luz intensa pulsada.

“No Dry Eye Spa o paciente é submetido a uma sequência de pulsos uniformes, perfeitamente calibrados, sobre as glândulas inativas ou obstruídas. Esse feixe de luz fria age estimulando a produção de lágrimas, já que desobstrui as glândulas meibomianas de forma minimamente invasiva, segura e indolor. É importante explicar que essas glândulas se localizam nas pálpebras, produzindo proteínas e gorduras que se misturam ao filme lacrimal. É exatamente esse equilíbrio que impede a evaporação. Por outro lado, quando há qualquer disfunção, o filme lacrimal evapora com muito mais rapidez, causando enorme desconforto aos pacientes”, diz Neves.

O médico explica que o tratamento se resume a três sessões, com espaçamento de 15 dias entre elas. “Cada sessão dura em média cinco minutos, em que são aplicados quatro flashes na pálpebra inferior. Já na primeira vez é possível sentir resultados, que são cumulativos. Dependendo da severidade do quadro do paciente, pode ser necessário fazer uma aplicação adicional dois meses depois, além de uma aplicação por ano como manutenção”.