O retorno do Brasil ao mapa mundial da fome é dado como certa, pela pesquisadora, Inês Rugani, da UFRJ e da Abrasco (Associação Brasileira de Saúde Coletiva). Segundo ela, embora o país tenha total capacidade de solucionar o problema, não só economicamente, como produtivamente, desde o fim do governo Dilma Rousseff, não há vontade política para o combate a subnutrição.
Em entrevista ao Repórter SUS reproduzida também pelo Brasil de Fato, a pesquisadora abordou a epidemia de obesidade na América Latina e Caribe que, em conjunto coma subnutrição e a fome, evidenciam o aprofundamento da desigualdade social e econômica na região.
“Isso é resultado de situações de crise econômica, para a qual a resposta do Poder Público tem sido a austeridade fiscal. Uma medida que não é a única possível, mas a que tem sido adotada em alguns países e que ela produz mais vulnerabilidade. Deixa as populações vulneráveis mais desprotegidas. O Brasil, por exemplo, que tinha conseguido sair do Mapa da Fome da FAO está voltando para esse mapa”. Disse a pesquisadora.
Ainda, abordou mortalidade infantil, como problema intimamente ligada às mesmas causas do retorno do país ao mapa da fome, que voltou a crescer após 26 anos de queda. “Esses são marcadores de que as condições de vida estão se deteriorando. O que está acontecendo nesse momento no Brasil é que o processo de organização de políticas públicas está sendo desmontado”.
APOSTAGEM