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segunda-feira 25 novembro 2024
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Brasil tem menor ocupação de leitos de UTI desde outubro de 2020

Fiocruz aponta que pela 1ª vez não há estados com taxas de ocupação de UTI covid-19 para adultos iguais ou superiores a 80%

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) divulgou, nesta quarta-feira, 11, um boletim especial do Observatório Covid-19 em que aponta que, pela primeira vez desde outubro de 2020, nenhum dos 26 Estados e Distrito Federal apresentam taxas de ocupação de leitos de UTI para covid-19 para adultos no SUS (Sistema Único de Saúde) iguais ou superiores a 80%.

Outro dado importante na comparação ao mês referido, é que existem menos Estados na situação de atenção do que no ano passado. São cinco estados na zona de alerta intermediária (com taxas entre 60% e 80%), sendo que dois deles se devem pela redução de leitos destinados à covid-19. Os dados, obtidos na última segunda-feira, 9, indicam que se trata do melhor cenário desde que o Observatório passou a acompanhar esse índice, em julho de 2020.

Os pesquisadores da Fiocruz associam o cenário ao avanço da vacinação no Brasil, mas a atenção deve ser mantida, já que os números de novos casos e de mortes continuam altos. “Considerando que ainda são altos os níveis de transmissão de casos e óbitos, a vacinação deve ser ampliada e acelerada, além de combinada com o uso de máscaras e distanciamento físico, para manutenção e avanços nos resultados”, apontou o documento.

Mato Grosso e de Goiás registraram as maiores taxas de ocupação, com 79% e 78% dos leitos de UTI para adultos destinados à covid-19 ocupados, respectivamente. Enquanto 14 Estados apresentam taxas inferiores a 50%.

O Rio de Janeiro, que concentra o maior número de casos da variante Delta no país, apresentou crescimento do indicador nas últimas duas semana e tem 67% dos leitos ocupados.

Em relação às capitais, a cidade do Rio de Janeiro (97%) e Goiânia (92%) são as mais preocupantes, mantendo taxas muito críticas há semanas.

O relatório observa, ainda, que a melhora nas taxas de ocupação de leitos acontece ao mesmo tempo de uma redução significativa dos leitos de covid-19 no Distrito Federal e em muitos Estados. “Apesar de menos leitos estarem disponíveis, as taxas de ocupação seguem em declínio”, explicam os cientistas.

Além da queda de internações, foi constatado que o número de mortes sofreu queda de 1,1% em relação à semana anterior. A incidência de novos casos diminuiu 0,8% por dia. A diferença entre a velocidade na queda da mortalidade e a incidência de casos é atribuída à vacinação, com a infecção produzindo menor impacto sobre hospitalizações e óbitos. Como consequência, de acordo com o estudo, foi observada uma pequena redução da letalidade, agora em 2,7%.

O boletim ressalta, mais uma vez, a importância de ampliar a vacinação, com esquema vacinal completo, combinado com vigilância em saúde, uso de máscaras e medidas de distanciamento físico e social.

“Ampliar a vacinação completa para todos os elegíveis torna-se fundamental neste momento, incluindo campanhas e busca ativa para os que ainda não tomaram a segunda dose das vacinas que envolvem duas doses, como a Coronavac, a AstraZeneca e a Pfizer”, destacam os pesquisadores.

“Embora as vacinas venham claramente contribuindo para a redução de casos graves, internações e óbitos no país, o surgimento e crescimento da presença de novas variantes de preocupação, como a Delta, deve manter os serviços de vigilância em saúde em alerta, com amplo uso de testes, detecção de casos, isolamento e quarentena”, recomendam.

A média de número de novos casos é 33.400 por dia e de óbitos, 910 por dia. Ambos marcadores são considerados elevados. Outro fator de atenção é que a taxa de positividade dos testes segue alta, o que mostra a intensa circulação do vírus.