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segunda-feira 25 novembro 2024
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Brasil registrou um estupro de mulher a cada 10 minutos em 2021

Estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública indica ainda a ocorrência de um feminicídio a cada sete horas no país

Uma mulher foi estuprada a cada 10 minutos no Brasil em 2021, de acordo com um levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgado nesta segunda-feira, 7, véspera do Dia Internacional da Mulher. Os dados indicam que houve 56.098 estupros (incluindo vulneráveis), apenas do gênero feminino, no ano passado, o que indica um crescimento de 3,7% em relação ao ano anterior.

Já os dados de violência letal contabilizam 1.319 vítimas de feminicídio no período, uma leve queda de 2,4%, mas que indica o registro de um homicídio de mulher a cada sete horas no País. O documento foi elaborado com base nos boletins de ocorrência das Polícias Civis das 27 Unidades da Federação.

Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores foi o número de registros de crimes contra meninas e mulheres durante a pandemia de Covid-19. Apenas entre março de 2020, quando o vírus chegou ao Brasil, e dezembro de 2021, último mês com dados disponíveis, foram registrados 2.451 feminicídios e 100.398 casos de estupro e estupro de vulneráveis.

“Os dados divulgados apontam para a urgência de implementação de políticas públicas de acolhimento, prevenção e enfrentamento à violência contra meninas e mulheres no Brasil”, afirma Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

Pandemia

Os dados mensais de feminicídios no Brasil entre 2019 e 2021 indicam que houve aumento dos casos entre os meses de fevereiro e maio de 2020, quando houve maior grau restritivo de isolamento social. Já em 2021, a tendência de casos continuou muito próxima daquela verificada no ano imediatamente anterior ao do início da pandemia, com média mensal de 110 feminicídios, ou um a cada sete horas.

Apenas sete estados registraram taxas de feminicídio abaixo da média nacional no ano passado: São Paulo (0,6), Ceará (0,7), Amazonas (0,8), Rio de Janeiro (0,9), Amapá (0,9), Rio Grande do Norte (1,1) e Bahia (1,1). Porém, esses dados precisam ser interpretados com cautela, na medida em que alguns estados ainda parecem registrar feminicídios de forma precária, como é o caso do Ceará, estado em que 308 mulheres foram assassinadas no último ano – ou seja, apenas 10% dos registros de mulheres assassinadas no estado foram enquadrados na categoria feminicídio.

Os estados que registraram as maiores taxas de feminicídio – muito superiores à média nacional – foram Tocantins (2,7), Acre (2,7), Mato Grosso do Sul (2,6), Mato Grosso (2,5) e Piauí (2,2).