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quinta-feira 26 dezembro 2024
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Bolsonaro diz que governo vai liberar recursos de ministérios

Valores previstos estavam retidos para União não furar teto de gastos, mas alta arrecadação permite mudança na estratégia

O presidente Jair Bolsonaro anunciou nesta quarta-feira, 21, que o Ministério da Economia vai “descontingenciar” todos os recursos do orçamento dos ministérios por causa do recente crescimento da arrecadação federal.

“Conseguimos no dia de ontem [terça-feira, 20), aqui com Paulo Guedes e vários outros ministros também, como a arrecadação tem aumentado assustadoramente, estou até preocupado positivamente, óbvio né, a arrecadação subiu assustadoramente, nós resolvemos descontingenciar todos os recursos previstos no orçamento dos ministérios, todos”, disse em entrevista à Jovem Pan Itapetininga.

De acordo com o Ministério da Economia, restam R$ 4,5 bilhões bloqueados do orçamento dos ministérios. Esse valor ficou bloqueado até agora para cumprimento do teto de gastos, a regra que limita o crescimento das despesas do governo. O bloqueio foi feito no início do ano para garantir o cumprimento das metas fiscais diante das incertezas do efeito econômico da pandemia do novo coronavírus. Nos últimos meses, puxada pelo aumento do preço das commodities (produtos básicos, como alimentos, petróleo e minério de ferro, que são exportados pelo Brasil), a economia vem dando sinais de melhora e a arrecadação segue em alta.

Na entrevista, o presidente ainda comentou novamente sobre a intenção de reajustar o benefício do Bolsa Família para no mínimo R$ 300 e compensar o aumento da inflação do último ano. “Estamos agora com um problema, que interessa a 22 milhões de pessoas, que é o Bolsa Família. Estamos aqui propensos, bastante interessados, com toda responsabilidade, sem falar em furar teto a chegar no mínimo em R$ 300, porque houve uma inflação durante a pandemia no alimento da cesta básica. Teve aí o gás de cozinha teve o arroz, o óleo, a carne, entre outras coisas.”

Fundo Eleitoral

Bolsonaro voltou a falar sobre o Fundo Eleitoral de R$ 5,7 bilhões que prometeu vetar, e responsabilizou o Congresso pelo valor que será estabelecido para as campanhas eleitorais de 2022. Em seguida, listou obras que poderiam ser realizadas com os recursos aprovados para o “fundão” pelo Congresso.

“Esse novo fundão, a gente não tem alternativa. Até eu falei, imagina essa grana nas mãos do Rogério Marinho (ministro do Desenvolvimento Regional). Ele completa a transposição do São Francisco, entre outras transposições da região, e você acaba com a seca do Nordeste. Esse dinheiro nas mãos, por exemplo, do ministro Tarcísio (de Freitas, da Infraestrutura), ele dá uma recapeada em grande parte das rodovias federais no Brasil. Da minha parte, eu vou fazer aquilo que minha consciência manda fazer, eu vou vetar, e fica na mão do Parlamento derrubar o veto ou não”.