Crédito Foto: Luciana Carmargo
A Prefeitura de Caçapava e os moradores de Caçapava Velha estão se defendendo na Justiça de uma decisão tomada pelo bispo de Taubaté, Dom Wilson Luís Angotti Filho. Ele quer retomar um terreno que abriga uma área de lazer com uma quadra de esportes, playground, que é toda a estrutura de lazer e diversão de que dispõe os moradores de Caçapava Velha.
A Prefeitura de Caçapava recebeu do bispo emérito Dom Carmo João Rhoden, há mais de 30 anos a autorização para utilizar o terreno, embora o tenha feito verbalmente. Nesses 30 anos, o bairro criou um time de futebol oficial, com estatuto, uniforme, e que se constituí num dos entretenimentos que tiram os jovens das ruas, e ajuda na sua formação social.
A Diocese de Taubaté é dona de uma área de cerca de 188 campos de futebol, doados por fazendeiros da região, em meados do século 19, quando era costume fazer doações para Nossa Senhora D’ Ajuda, santa padroeira do lugar.
Os moradores de Caçapava Velha não pagam IPTU, e sim, um imposto chamado aforamento para a Diocese de Taubaté, proporcional ao tamanho da área que utilizam para suas casas. Os moradores estariam atrasados com os pagamentos deste aforamento.
Em Caçapava Velha os moradores organizaram abaixo-assinados e estão numa luta popular, junto com a Prefeitura para não perder a área de esporte e lazer. A informação que circula na comunidade é de que Dom Wilson pediu a área de volta porque quer vende-la, para possível loteamento.
A Prefeitura de Caçapava, segundo os moradores, já propôs a Dom Wilson uma nova área em Caçapava Velha, em troca da que vem sendo usada. Dom Wilson não quer aceitar a troca, enquanto isso as crianças e os jovens do bairro, onde começou a cidade de Caçapava estão se sentindo ameaçados pela Diocese.
Nesta segunda-feira, 8, o Diário de Taubaté tentou entrar em contato com o Bispo Dom Wilson, mas ele não retornou as ligações até o fechamento desta edição.
A Prefeitura de Caçapava informou por meio de nota oficial que a Igreja mostrou-se irredutível quanto à cessão da área. “Caso haja alguma formalização de reintegração de posse por parte da Mitra Diocesana, a Prefeitura tem a intenção de mover todos os esforços para manter a área em prol da população”.