O mercado energético brasileiro deve ter um “boom” de biocombustíveis nos próximos anos. Como você, agricultor, pode se beneficiar da alta demanda de biocombustíveis no Brasil?
Os biocombustíveis no Brasil e no mundo são considerados grandes aliados do meio ambiente. Mas, existem outras vantagens? E como o agricultor pode se beneficiar com a produção dos grãos destinados à fabricação de biocombustíveis?
Os biocombustíveis são um tipo de energia muito mais limpa do que os combustíveis fósseis como a gasolina, derivados do petróleo. A biomassa de origem animal ou vegetal não demora bilhões de anos para estar disponível, o que significa que não está sujeita a um possível esgotamento. Pelo contrário, a cada safra, já é possível ter matéria-prima 100% renovada.
No Impulso News, preparamos um panorama do mercado nacional e internacional de biocombustíveis para você, com destaque para o etanol de milho, que tem um rendimento muito superior ao da cana-de-açúcar, e do biodiesel da soja, acrescentado ao diesel comercial, atualmente, numa proporção de 12%.
Panorama dos biocombustíveis no Brasil e no mundo
O Brasil já foi protagonista no cenário mundial dos biocombustíveis. No início dos anos 70, tivemos o chamado primeiro choque (ou crise) do petróleo. Em 1975, com o Proálcool, lideramos a corrida com o etanol da cana-de-açúcar.
Perdemos a posição quando os EUA começou, em 1980, a dar foco na produção do biocombustível etanol à base de milho, com uma rentabilidade cerca de 5 x maior que o obtido da extração de cana. Um salto de 90 litros por tonelada para 450 litros por tonelada.
O produtor rural deve estar atento aos biocombustíveis. Quem planta soja, tem mais uma alternativa de renda com o biodiesel . Já o agricultor de milho, consegue contribuir para a cadeia produtiva do etanol à base do grão.
Com a assinatura de quase 200 países no Acordo de Paris, em 2015, onde se comprometeram a reduzir a emissão de poluentes, os biocombustíveis ganharam ainda mais destaque. A China, por exemplo, pode adotar, em breve, a adição de 10% de etanol à sua gasolina. No Brasil, a adição é obrigatória desde 1976 e varia entre 10% e 22%.
Perspectivas para o futuro dos biocombustíveis no Brasil
As perspectivas para o futuro dos biocombustíveis no Brasil, em especial o etanol à base de milho, são as melhores possíveis. Segundo o Diretor Executivo da Millenium Bioenergia, Eduardo Lima, o Brasil tem grande potencial para viver um novo “boom” com o etanol do grão. Isso porque, em comparação com os EUA, que tem mais de 400 plantas de etanol, mesmo enfrentando dificuldades climáticas, estamos em grande vantagem. Tudo o que precisamos é ter foco nessa cadeia produtiva.
Etanol do milho e biodiesel da soja
No último programa, trouxemos uma análise do mercado sucroenergético, mostrando os detalhes da cultura da cana, onde uma parte da produção é destinada ao açúcar e a outra é destinada ao álcool. Porém, o etanol de milho pode render 5 x mais e vem crescendo no cenário nacional. As projeções são de que, em 2028, o Brasil consuma 18,8 milhões de toneladas da produção de milho para extrair 8 bilhões de litros de álcool.
A soja também vem chamando a atenção no mercado de biocombustíveis à base de grãos, pois é o tipo de matéria-prima mais utilizado na produção de biodiesel. A legislação ajuda na demanda, para também fazer cumprir as obrigações dos países que assinaram o Acordo de Paris em 2015, visando a diminuição da emissão de carbono e do aquecimento global.
No Brasil, 70% da produção de biodiesel vem do óleo de soja e o diesel comercial é obrigado a conter 12% do produto. Em breve, esse valor deve subir para 15%. Dessa forma, tanto a soja quanto o milho ganham, cada vez mais, novas perspectivas excelentes para o produtor rural.
Como o produtor rural pode aproveitar esse momento?
O Diretor Executivo da Millenium Bioenergia também lembra que o momento é favorável para o produtor rural, mas foi o nosso outro convidado, Guilherme Nolasco, Presidente Executivo da UNEM – União Nacional do Etanol de Milho, que deu as dicas pra você participar desse “boom” dos combustíveis à base de grãos.
Para o veterinário, que tem mestrado em administração de negócios pela FGV, o primeiro passo é o agricultor se posicionar no mercado de forma a gerar renda para si e levar segurança à cadeia do biocombustível brasileiro, para que os investimentos continuem sendo feitos e tragam bons resultados a todos. Assista ao vídeo completo.