Uma barragem rompeu-se na cidade de Brumadinho, próxima a Belo Horizonte. As informações preliminares foram dadas pela Defesa Civil. A Vale do Rio Doce, empresa responsável pela barragem soltou uma nota dizendo que: “As informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens”, informou a empresa.
Rompimento Barragem Brumadinho
Barragem de rejeitos da mineradora da Vale se rompe e atinge Brumadinho, em Minas Gerais – Divulgação/Corpo de Bombeiros
O comunicado não explica a causa do rompimento.
A prefeitura lançou um comunicado em sua conta no Instragram pedindo que os moradores fiquem longe do leito do Rio Paraopeba.
A cidade está um “pandemônio”, relata moradora
Após rompimento da barragem, moradores procuraram se abrigar nas áreas mais altas da cidade e ter informações sobre familiares e conhecidos que estavam próximos ao local. “A cidade está um pandemônio. As pessoas estão muito assustadas”, relata Genilda Dalabrida, dona de um restaurante na cidade.
Genilda disse que os moradores estão acompanhando os resgates e procurando familiares, amigos e conhecidos que estavam próximos ao local e podem ter sido atingidos. “Você vê pessoas com celular na mão, tentando falar com família”, disse. Genilda relata que está tentando encontrar o ex-marido, que trabalhava no local, mas ainda não conseguiu contato.
De acordo com Genilda, além desse esforço, moradores estão buscando se deslocar para regiões mais seguras, nas áreas mais altas da cidade. Os donos de comércios no centro estão fechando as lojas.
“A preocupação é quem não está lá ir para locais seguros. Minha funcionária foi, voltou, e disse que a água estava baixa. Ela contou que vai para a casa da sogra, em um distrito mais alto”.
Seu restaurante fica em um local na área mais alta. Ela chamou amigos para se abrigarem lá. “Nós estamos seguros porque não estamos perto do rio. Tem muito lugar para espalhar até chegar aqui, não temos risco”, disse.
Movimento dos Atingidos por Barragem diz que é uma tragédia anunciada
O Movimento dos Atingidos por Barragens prestou solidariedade na sexta-feira, dia 25 aos atingidos pelo rompimento da Barragem da Mina Córrego do Feijão, que pertence à mineradora Vale, no início da tarde. “Há apenas três anos do rompimento da Barragem de Fundão, em Mariana, mais um crime contra a vida é fruto desse modelo que apenas provoca tragédias anunciadas”.
Por meio de comunicado, o movimento diz ter denunciado o atual modelo de mineração utilizado no país, citando “empresas privatizadas e multinacionais que visam ao lucro a qualquer custo”. “Mais uma vez, o lucro está acima de vidas humanas e do meio ambiente”, destacou a nota.
De acordo com o movimento, a barragem tem capacidade de 1 milhão de metros cúbicos de rejeitos que, caso cheguem até o Rio Paraopeba, devem deixar um rastro de destruição, colocando em risco o abastecimento de milhares de famílias em mais de 48 municípios da Bacia do Paraopeba.
“Desde o ano de 2015, inúmeras denúncias vêm sendo feitas pelo risco de rompimento de barragens do complexo e, ainda assim, a Mina Córrego do Feijão teve sua ampliação aprovada pelo Conselho Estadual de Política Ambiental em dezembro do ano passado, 2018”, ressaltou o movimento.