A Agência Nacional de Águas- ANA- acaba de divulgar o Atlas Esgotos- Despoluição de Bacias Hidrográficas. O levantamento mostra que dos 5.570 municípios do Brasil, 81% deles, ou seja, 4.490 municípios despejam seus esgotos nos cursos de água próximos, sem submetê-los a qualquer tratamento.
Apenas 769 cidades brasileiras, localizadas nos Estados de São Paulo, Paraná e Distrito Federal, tratam mais de 60% dos esgotos produzidos. A ANA estima que para tratar os esgotos no país, serão precisos recursos da ordem de R$ 150 bilhões até o ano de 2035 . (Quase o tamanho do rombo deste ano nas contas públicas federais).
A Bacia do Rio Paraíba do Sul é a quinta mais poluída do Brasil. As outras mais poluídas são as bacias dos rios Tietê-SP-, Ipojuca –PE, das Velhas- MG, Meia Ponte-GO, Iguaçu-PR e Sinos (RS).
Sem tratamento
O Rio Paraíba do Sul tem no Vale do Paraíba um de seus trechos mais poluídos. Mas é o trecho fluminense do rio o pior em poluição.
As causas são velhas conhecidas de quem mora aqui na região banhada pelo Paraíba do Sul: o despejo de esgotos domésticos sem tratamento e a contaminação das águas por resíduos de agrotóxicos e fertilizantes. Somam-se a isto, a destruição das matas ciliares e a retirada de areia nas margens, e mais o lançamento de resíduos sólidos e esgotos industriais. Mesmo assim, o Paraíba do Sul abastece 14 milhões de pessoas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Dados disponíveis na internet mostram que dos 365 milhões m3/ano de efluentes domésticos em sua bacia, apenas 54,5 milhões m3/ano são tratados. São Paulo trata 54,5% dos efluentes, o Rio de Janeiro trata 5,7% e Minas Gerais, 7,2%.
O impacto ambiental resultante dessa poluição é enorme e a solução parece ser os altos investimentos e o endurecimento das leis de proteção ambiental.