Profissionais das Etecs e Fatecs, estudantes e simpatizantes discutiram o futuro do ensino profissionalizante
“O desmonte do ensino técnico é um retrocesso para a juventude do Estado”, disse a deputada professora Bebel (PT), durante audiência pública realizada na tarde desta quinta-feira, 17, sobre o Centro Paula Souza, no Auditório Teotônio Vilela, na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo. O evento foi solicitado pela deputada Paula da Bancada Feminista (PSol).
Os professores das Etecs e Fatecs, mantidos pelo Centro Paula Souza, estão em greve desde o dia 8 de agosto, reivindicando melhores condições de atuação no ensino profissionalizante paulista.
“A ideia final é fazer encaminhamentos para que fique nítido no que os trabalhadores estão atuando, quais os problemas que afetam as nossas escolas faculdades de tecnologia”, destacou a professora Sirlene Maciel, representante da Bancada Feminista.
A informação de que o governador Tarcísio de Freitas prepara a criação de um novo ensino técnico nas escolas de São Paulo preocupa os profissionais da autarquia. “Representa uma ameaça para a escolas técnicas”, disse Sirlene.
Presente na audiência, o deputado Eduardo Suplicy (PT) cobrou a presença dos representantes da Secretaria de Educação na audiência pública. “Que eles compareçam aqui e agora para ouvir, porque eles foram convidados”.
O deputado Guilherme Cortez (PSol) também reforçou a luta. “Eu fui formado no Centro Paula Souza, no Bom Retiro”. Ele destacou o papel da Educação na sociedade, executado no dia a dia pelos professores. “A luta dos professores é a mesma luta dos estudantes”.
O professor e vereador em Campinas Paulo Búfalo reforçou a relevância do debate. “Precisamos recolocar o papel que nós temos no desenvolvimento da Educação Pública referenciada no país”, argumentou.
Visão do estudante
O estudante Lucas Gidra, presidente da UMES (União Municipal dos Estudantes Secundaristas), disse que o Governo do Estado “se coloca contra o desenvolvimento nacional ao atacar os professores, as Etecs e as Fatecs”.
Ele ressaltou a oportunidade de o Ensino Técnico ser o aporte de uma industrialização do Estado com base na ciência, com trabalho e remuneração digna.
Necessidade de diálogo
Luís Henrique, representante da Associação dos Trabalhadores do Centro Paula Souza evidenciou o ensino Paula Souza, referência na formação profissional na América Latina, porém ressalta que essa excelência não se reflete na valorização dos profissionais. “A gente tá em greve porque não tem diálogo. Nós temos uma superintendência que se coloca na postura de gestão democrática, porém não dialoga com a categoria”, concluiu.
Encaminhamentos
A professora Sirlene Maciel, da Bancada Feminista, destacou que irá encaminhar um documento junto com as imagens da audiência pública e uma carta dos professores e educadores para a Secretaria de Educação e de Ciência e Tecnologia, para a superintendência do Centro Paula Souza e para o Governo do Estado de São Paulo, além disso foi sugerida a realização de uma petição ao Ministério Público.