As obras mais famosas de Arthur Ramos tornaram-se marcos na produção teórica sobre o tema: O negro brasileiro (1934), O folclore negro no Brasil (1936), As CULTURAS NEGRAS NO Novo Mundo (1938) e Aculturação negra no Brasil (1942). Em seus livros, Arthur Ramos desenvolveu uma análise original à época, que articulava uma apropriação da psicanálise e da antropologia. Retomando Nina Rodrigues, Ramos produziu uma explicação da aculturação negro-africana no continente americano que se tornaria clássica no pensamento social brasileiro.
Sustentava o autor que, na África, existiriam grupos étnicos distintos, com organizações sociais e culturas próprias. A maioria dos negros que vieram para o Brasil pertencia aos seguintes grupos populacionais: bantu (angolas, congos e moçambiques); sudanês ( iorubas, ewes, daomeianos e fanti-axantis) e islamizados (hauçás, tapas, mandigas e fulas). Esses grupos, segundo Ramos, quando chegaram ao Brasil, foram alocados, grosso modo, em regiões distintas do país. Os primeiros, durante os séculos XVI e XVII, na região sudeste; os demais, durante os séculos XVIII e XIX, na região norte e nordeste.
Seria essa particularidade, ligada à emigração forçada e aos deslocamentos populacionais, que explicaria as diferentes presenças, distinções e ausências da cultura afro-brasileira no país.
Arthur Ramos e seus estudos da cultura afro-brasileira
ago 30, 2019Bruno FonsecaLiteratura em gotasComentários desativados em Arthur Ramos e seus estudos da cultura afro-brasileiraLike
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