Arthur Ramos referia-se às formas singulares de como a resistência à escravidão teria formado uma cultura sincrética no Brasil. Dizia Ramos que apenas uma parcela minoritária dos cativos teria procurado manter sua unidade cultural e social. Isso explicaria o surgimento dos quilombolas e as revoltas dos grupos islamizados, principalmente os hauçás. Em contrapartida, outra parcela majoritária teria se aculturado aos grupos aqui existentes, buscando , neste sincretismo, reelaborar sua herança cultural africana, sincretizando-a com as culturas indígena e portuguesa.
O sincretismo teria sido, pois, uma forma disseminada de os negros cativos manterem traços culturais dos grupos populacionais provindos da África. Concomitantemente, o sincretismo teria permitido a criação de novas formas de expressão cultural, resultado de um aculturação interétnica dos negros escravizados.
Para comprovar essa tese, Arthur Ramos estudou, em O negro brasileiro (1934) e O folclore negro do Brasil (1936), as culturas populares, o catolicismo popular, e as religiões afro-brasileiras, que seriam formas características desse sincretismo.
Arthur Ramos e o sincretismo no Brasil
set 13, 2019Bruno FonsecaFé e RazãoComentários desativados em Arthur Ramos e o sincretismo no BrasilLike
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