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domingo 24 novembro 2024
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Após repercussão do caso Faustão, SP tem aumento de 86% de doadores

Crescimento foi registrado entre os dias 20 e 26 de agosto em comparação ao mesmo período do ano passado

O número de doadores de órgãos no estado de São Paulo cresceu 86% entre os dias 20 e 26 de agosto em comparação com a mesma semana do ano passado. O aumento aconteceu após a repercussão da necessidade de transplante do apresentador Fausto Silva — o Faustão.

Para o governo do estado, o crescimento se deve às campanhas de estímulo à doação, além dos casos de grande repercussão na mídia.

Faustão recebeu um novo coração em um transplante no último domingo, 27. O doador foi Fábio Cordeiro da Silva, que morreu no sábado, 26, vítima de um AVC (acidente vascular cerebral).

O número de doadores de órgãos no estado de São Paulo cresceu mais de 10% em 2023, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde. De janeiro a 30 de agosto deste ano, houve 696 doadores e, no mesmo período do ano passado, o total ficou em 631.

Em relação aos procedimentos realizados, também houve alta de 10,5%. Foram feitos 5.077 transplantes de coração, fígado, pâncreas, pulmão, rins e córneas no estado de São Paulo neste ano. Em 2022, foram 4.592 procedimentos.

Como funciona a doação

Para ser um doador de órgãos basta comunicar a família sobre esse desejo. No caso de pessoas mortas, a autorização para a doação deve ser dada por familiares com até o 2º grau de parentesco. No último ano, as recusas de autorização da doação por parte das famílias caíram de 41% para 38,6%.

“A doação entre vivos só ocorre se não houver nenhum problema de saúde para a pessoa que está doando”, destaca o comunicado da secretaria. As diretrizes do SUS (Sistema Único de Saúde) estabelecem que pessoas com diagnóstico de Covid-19 com menos de 28 dias da regressão completa dos sintomas não podem ser doadores.

Lista de transplantes em SP

A gestão do cadastro técnico dos potenciais receptores de órgãos doados é feita pelo Sistema Estadual de Transplantes (Central Estadual de Transplantes). Todo paciente que precisa de um transplante é inscrito nesse cadastro e uma equipe faz o acompanhamento durante a etapa anterior ao procedimento e também depois dele.

A central faz a distribuição dos órgãos de acordo com alguns critérios definidos por lei, como igualdade do grupo sanguíneo ABO, seguido de compatibilidade; o tempo de inscrição do receptor (classificação por ordem cronológica de inscrição); relação antropométrica (como peso e altura) entre doador e receptor e, para casos graves, com risco iminente de morte, situações de priorização.

Essa análise é feita a partir da documentação que comprove o estado de gravidade da saúde do possível receptor. Tudo é analisado pela câmara técnica, que é um colegiado formado por médicos das principais equipes transplantadoras que vão avaliar a situação.

“É importante lembrar que cada estado possui a sua própria lista de espera e nenhum paciente pode estar inscrito em duas listas de estados diferentes”, destaca a secretaria.