Desde o inicio do governo Bolsonaro/Mourão, estive na expectativa de mudanças positivas em prol do nosso comércio exterior e para geração de empregos, em diversas áreas, mas o calcanhar de aquiles da história é a APEX, que pouca gente conhece e nem sabe que existe, com troca de presidentes por duas vezes nos primeiros cem dias de governo.
Ora, desde que sugeri a sua criação na Índia, em 1996, ao então ex presidente FHC, tendo em vista os 30 “Export Promotions Councils”, setoriais existente no país, acompanhei de longe a sua atuação, certa ou errada, como por exemplo falhas, na área de promoção internacional, no segmento de petróleo, gas e energia ! O editorial do Globo do dia 11 de abril, deveria ser revisto e alguns fatos, serem devidamente esclarecidos, pois contém alguns erros, pois precisamos de uma Entidade, em prol das nossas exportações, geração de empregos, mas como um marketing internacional profissional e com pessoas experientes a frente da Entidade.
A atual administração, se podemos chamar assim, está errando profundamente com uma politica de caça as bruxas, que não leva a nada, endossando inclusive erros na administração passada, ainda no governo Temer, como por exemplo a ausência de uma base operacional da APEX em Lagos, na Nigéria. Ora, fechar escritórios em Angola, Cuba e no estado de São Paulo, mostra a infantilidade, incompetência e falta de visão da atual gestão.
Mantendo contato com os funcionários, atuais e ex, chega a ser impressionante um grande erro cometido, que foi colocar a APEX, embaixo do Ministério das Relações Exteriores, ainda mais com a administração atual.
Existem diversas ações que o segmento da sociedade que atua na área de comércio exterior, deveria propor, para repensarmos a APEX,em conjunto com as Entidades de classe, AEB (Associação de Comércio Exterior no Brasil), em primeiro lugar, SRB (Sociedade Rural Brasileira), ABIMO, FCCE, CNI, Federações de indústrias, Associações Comerciais estaduais e regionais, e principalmente as Câmaras de Comércio Bi nacionais,destacando-se entre elas a Árabe Brasileira, e demais existentes no Rio de Janeiro e São Paulo, bem como junto as dezenas de faculdades de relações internacionais e de comércio exterior, no Brasil.
A classe politica tem de entender o que é a APEX, para que serve e qual a sua principal finalidade.
A diretoria atual, deveria imediatamente reduzir seus salários em 50% e reestudar os escritórios no exterior, para dar uma demonstração de idoneidade a sociedade e por esta razão já sugeri uma audiência pública na Câmara dos Deputados, na Comissão de Relações Exteriores e a realização de um Seminário em Brasilia, para que o tema seja debatido a exaustão, e tenhamos respostas concretas e objetivas.
O Seminário poderá ser denominado : O papel da APEX, no comércio exterior do Brasil, passado, presente e futuro!
E ter um lema do mestre prof. Delfim Netto – Exportar é o que Importa!
“Que criou a lei das tradings companies em 1972”
Sugiro ainda, que algumas ações sejam criadas, para uma “Nova APEX” a ser criada ou reformulada em breve, antes que os estados corram na frente e comecem a criar APEXs estaduais, como o estado de São Paulo, que já está reformulando a sua, Investe SP, com a abertura de um escritório na China, em agosto de 2019.
Destacam-se:
– Estabelecimento de contatos com todas as embaixadas em Brasilia, consulados em SP e Rio de janeiro, Câmaras de Comércio internacionais, no Rio e SP, e entidades de classe ligadas ao comércio exterior, e também Secretarias de Desenvolvimento estaduais, para a organização em Brasilia de eventos internacionais para apresentação de produtos “made in Brazil “, em showroom permanente.
– Convênios com o MAPA e Embratur, para ações conjuntas de promoção ao nosso comércio exterior.
– Abertura de um escritório em Lagos, na antiga embaixada do Brasil, atual consulado geral, que deveria funcionar como um mega escritório de apoio as nossas promoções das nossas exportações, para os países da Costa Oeste da África, como o Cameroun, Benin, Togo, Costa do Marfim, Gana, Libéria, entre outros.
– Propostas de apoios a instalação de Comissões Mistas e implantação de uma politica de assinaturas de “MOUs”, entre países.
– Propostas de apoios a assinaturas de financiamentos através de bancos de desenvolvimento da África, Ásia Oriente médio, (Eximbanks) e bancos brasileiros de linhas de financiamento para contribuir e facilitar a exportação dos nossos manufaturados.
– Apoio a Seminários Internacionais aonde serão debatidos por exemplo, novas linhas de navegação marítima e área para países da África.
Esperando ter contribuído,
Coloco-me à disposição,
Roberto A.Nóbrega
Vice presidente da FCCE – www.fcce.org.br
Atuando em com.exterior desde 1975
CEO do Canal Exporta Brasil
Advogado, jornalista e membro da API de SP