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domingo 29 setembro 2024
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Aos jovens

Aos jovens

• Raul Teixeira – Niterói/Rio de Janeiro
Um costume muito comum entre os jovens é o de “ficar”. Namoro por uma noite, por um fim de semana. Qual a postura do jovem espírita diante dessa situação?
Raul – A do auto respeito. Quando nos respeitamos, aprendemos a respeitar os outros. O “ficar” da atualidade é como alguém que aluga uma roupa numa loja, veste no dia da festa e depois a devolve, sem nenhum compromisso com ela. O “ficar” é a expansão dos instintos, enquanto o amar é a elaboração da vida. Se se gosta de uma pessoa, não se quererá ficar com ela uma noite, mas, sim, a vida toda. Para “ficar” uma noite é como se alugasse um ser humano para estar com ele atendendo tão somente os impulsos, os desejos, e isso é prostituição. Por mais que envolvamos tal fato com nome bonito, com panos dourados, isso não passará de prostituição. Por mais que sejam filhos ou filhas de boas famílias, não passarão de prostituídos, nessa área. O ideal seria que se educassem os sentimentos para que se descobrisse de quem se gosta de verdade e se pudesse viver, de fato, com quem se ama.
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Qual seria a atitude do jovem diante dos desequilíbrios atuais, principalmente na sexolatria e na toxicomania?
Raul – Tendo em vista os conhecimentos de que é portador, o jovem espírita passará a compreender que se ele está no mundo, reencarnado, é para realizar o esforço da própria renovação, sob a guarda dos felizes ensinamentos do Evangelho de Jesus, que a Doutrina Espírita vem retomar e ampliar, a fim de que saibamos caminhar com segurança pelos caminhos terrenos.
Tanto a sexolatria quanto a toxicomania são tristes realidades que ainda perturbam os dias atuais do mundo. Qualquer pessoa de bom senso verificará o quanto é árduo escapar às pressões da propaganda, em todos os níveis e lugares, que remexe as bagagens viciosas da criatura humana. Não obstante, o jovem iluminado pelo conhecimento espírita buscará operar esforços para alcançar a superação de si mesmo. Cabe à juventude espírita, então, os trabalhos da vigilância sobre a própria conduta, fortalecendo, por meio dos estudos e do serviço do bem, das meditações e de uma vivência limpa e contente, a confiança inabalável em Deus, longe de inscrever-se em tão perturbadas legiões de viciados.
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Qual o papel do jovem espírita no Centro Espírita?
Raul – Considerando-se a quantidade de conteúdos que a Doutrina Espírita transfere à mente juvenil, caberá ao jovem procurar ajustar-se aos seus ensinamentos, buscando compreender-se a si mesmo, enfrentando seus conflitos, identificando suas inclinações felizes, a fim de que possa tornar-se mais útil a si próprio e à sociedade em que vive. No Centro Espírita, o espírito de cooperação, a boa vontade de aprender para crescer, o desenvolvimento da fraternidade, a integração gradativa e continuada nos mais diversos setores de atividades da Casa, permitirão mais ampla participação desse moço na pauta do nosso Movimento Espírita.
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Como você define, no momento, o movimento do jovem espírita?
Raul – Vejo, em toda a parte, o jovem espírita tomando posições felizes com relação ao seu labor doutrinário. Encontro maior entrosamento entre os jovens e os mais velhos, numa relação de respeito e atenção fraternais. Registro um amadurecimento na forma de ver o mundo por parte dos moços espíritas, fazendo-os não apenas expectadores inertes, assistindo a aulas de Espiritismo, ditadas por mentores absolutos. Mas muitos preparam estudos, desenvolvendo os temas, eles mesmos, sem, contudo, abandonar a experiência e o apoio dos mais experientes, além de encetar valiosos serviços de visitas a hospitais, cadeias públicas, lares de assistência à criança e ao idoso. São os jovens encontrados nas campanhas beneficentes e nos mutirões fraternos, não se conformando mais em ouvir somente. Não resta dúvida, por outro lado, de que também nos deparamos com aqueles que pararam no tempo, que cantam, cantam e rezam, de braços cruzados, enquanto o mundo continua girando… Mas, felizmente, é a minoria.
NOTA: estas, entre outras importantes questões, são abordadas na obra Ante o Vigor do Espiritismo.