Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) participa da ação chamando atenção para os efeitos nocivos que o tabaco tem na Saúde Digestiva
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 18 milhões de brasileiros são fumantes. Número que, apesar de expressivo, vem caindo nos últimos anos. Esse cenário pode ser justificado pela implementação de algumas medidas, como a proibição de fumar em ambientes públicos, o aumento de impostos sob o tabaco e seus derivados e o fim das propagandas danosas e campanhas publicitárias para venda de cigarro.
É em razão desse cenário que a Federação Brasileira de Gastroenterologia (FBG) dá apoio irrestrito à Associação Médica Brasileira (AMB) na continuidade da campanha VIVA SEM TABACO, iniciada em 2018. A ação, que conta com orientação da Comissão de Combate ao Tabagismo da AMB e o apoio de sociedades médicas, foi lançada no Dia Mundial Sem Tabaco (31/05) e seguirá ativa no restante do ano.
O tabagismo e a Saúde Digestiva
Para a FBG, é importante tratar das influências do tabagismo na saúde digestiva, uma vez que o tabaco afeta diretamente o bom funcionamento do organismo e causa muito mais danos à saúde geral do que apenas os graves problemas relacionados ao sistema respiratório.
Dessa forma, vemos que muitas vezes o ato de fumar está relacionado ao fim ou início de uma refeição. Tal atitude, que poderia ser considerada inofensiva, traz grandes complicações para o processo de digestão. “A presença da nicotina no sistema digestório causa uma diminuição da motilidade digestiva, e é justamente esse processo que dificulta a digestão”, conta o Dr. Joaquim Prado, da FBG.
Entre o estômago e o esôfago existe um complexo sistema anatômico-funcional para evitar que o conteúdo gástrico, essencialmente ácido, volte para o esôfago, conhecido como refluxo. “Esse processo é significativamente reduzido pela nicotina presente no cigarro, aumentando o contato do ácido gástrico com a mucosa esofágica. Por outro lado, o alcatrão presente no papel do cigarro, se dissolve na saliva e é, também, ingerido com consequências danosas”, comenta o gastroenterologista.
Além disso, estima-se que mais de 50 doenças são causadas em razão do uso do tabaco e que muitas delas atingem o aparelho digestivo. “O tabagismo pode causar alteração no paladar do usuário e acentuar a produção de ácido clorídrico, com importantes consequências danosas para o aparelho digestivo”, diz Prado.
“Investir em ações que visam deixar a população livre do vício pelo tabaco é crucial, é investir em um povo saudável e com a saúde digestiva em plena forma”, completa Prado.
Motes da campanha
O principal objetivo da campanha VIVASEMTABACO é contribuir para que a população deixe de fumar. Além disso, as ações promovidas pela AMB seguem dois motes principais, a #VoceConsegue, que foca no estímulo, incentivo, e no fornecimento de informações e orientações para os tabagistas largarem o vício, ou para pessoas que têm alguém que gostariam de estimular a larga-lo. E a #NaoSeDeixeEnganar, que busca alertar e sensibilizar governos, médicos, autoridades, imprensa, fumantes e a população sobre as artimanhas da indústria do tabaco, que criam novos produtos como opções menos nocivas, por exemplo os vaporizadores, que prometem ajudar quem quer largar o cigarro, o que não se prova como verdade.