Correspondência do Leitor
Boa tarde, meu nome é Gabriel, sou vice presidente externo do Diretório Acadêmico Benedicto Montenegro do curso de medicina da Universidade de Taubaté.
Vim aqui relatar o que estamos passando com a UNITAU durante esse período tão difícil e delicado.
Sabemos que, durante a pandemia, muitas pessoas vêm sofrendo com a situação de quarentena e, além de todo o estresse psicológico e emocional, também há a questão econômica que afeta muitas famílias. O desemprego e a redução de salários são apenas dois dos problemas enfrentados por muitos alunos e familiares, não só pelos de medicina, mas de todos outros cursos da UNITAU.
Desde o início da pandemia, nossos boletos não foram alterados – foram mantidos os mesmo valores e datas de vencimento. Entretanto, a UNITAU não permite que alunos com dívidas realizem a matrícula, e, devido ao cenário exposto, isso se torna uma das nossas principais preocupações. Imaginem: quantos alunos vão ter dificuldade de pagar as mensalidades destes meses de pandemia? Muitos alunos já estão trancando suas matrículas e abandonando o curso.
Foi pensando nisso que nós do DABM procuramos a Reitoria e políticos para pressionar a Universidade e aumentar a flexibilização das dívidas nesse período e, assim, mostrar empatia e apoio aos discentes da Instituição, por quem lutamos.
A UNITAU, em resposta, anunciou um novo programa de bolsas para esse período, denominado de PAM emergencial (Programa de Adiamento de Mensalidade) que, infelizmente, propõe adiar para o próximo semestre somente 30% das mensalidades somente dos meses de maio e junho. Todos nós concordamos que, nessa crise, pagar 70% das mensalidades é inviável – o valor da mensalidade já ultrapassa 7 mil reais. E, além disso, esse programa não é tão amplo, tem poucas vagas, não comporta a grande quantidade de alunos afetados pela crise. Logo, essa alternativa é pouco resolutiva.
Visto isso, estamos cobrando da Universidade uma maior flexibilização dos acordos das dívidas, mas a Reitoria insiste em dizer que, se um aluno não conseguir pagar, eles abrem transferência e substituem esse aluno, demonstrando arrogância, antipatia e indiferença com os alunos que carregam o nome da Universidade, contribuindo para o prestígio da instituição.
Em resposta a esse comportamento cínico da Unitau, iniciamos uma campanha em nossas mídias sociais para pressionar a Universidade e gostaríamos muito da ajuda de vocês na divulgação ou a abertura de um espaço de fala.
Como já foi dito, tentamos o diálogo e não fomos devidamente considerados, e só nos resta agora expor o nosso ponto para que sejamos vistos pela Universidade – pois ela só nos atende quando é exposta midiaticamente – e também pela população, já que estamos tratando de uma Autarquia Municipal que responde à prefeitura e, portanto, é do interesse dos Taubateanos. Além disso, julgamos que seja de vosso concernimento, como jornalistas, o engajamento nos méritos estudantis durante o momento de pandemia, cumprindo a responsabilidade de informar ao público de Taubaté a verdade acerca das dificuldades que enfrentamos constantemente ao tentar dialogar com a UNITAU.
Muito obrigado desde já.