• Orson Peter Carrara
Nem sempre compreendido, interpretado de mil formas por força da cultura e tradições humanas, gradativamente entendido conforme avança a mentalidade humana, Deus, a inteligência suprema do Universo, causa primeira de todas as coisas, pode ser chamado sem receio de a alma do Universo. Afinal é de sua ação e origem que vivemos, viemos e cá estamos nesse turbilhão de aprendizados.
Antes, numa época de extrema ignorância, foi comparado à mediocridade humana, como se fosse vingativo e possuidor de nossas tolas vaidades e sujeito às nossas intempéries emocionais. Passou o tempo das danças, tambores e homenagens próprias da infância intelectual, veio o Cristo que nos apresentou o Criador como Pai. Ele, o enviado de Deus, ensinou as Leis de Amor, provocou mudanças na história, alterando o calendário em antes e depois Dele, e trouxe mudança de trajetos na evolução humana.
Mais tarde, com a mentalidade humana começando a despertar, começamos a compreender as Leis que nos regem a vida, sabendo-nos responsáveis por nossas ações e que não existe castigo, nem um ser infernal a nos “cutucar” indefinidamente, mas simplesmente consequências de nossas ações. Tornamo-nos mais conscientes e responsáveis. Agora sabemos.
Deus não poderia criar seres para que fossem odiosos e repulsivos. Suas leis são imutáveis e eternas, repletas de amor, justiça e misericórdia. Isso nos faz entender os extremos humanos, as diferenças gritantes que vemos e vivemos em todos os sentidos. Assim como crianças se deliciam com brinquedos, muitos de nós jogamos com essas leis – como se pudessem enganar e fazer trocas com a Inteligência suprema do Universo –, depois reclamam e se revoltam das colheitas que antes foram semeadas. São as consequências. Basta pensarmos no sentido de justiça. Agir bem gera o bem, agir mal gera o mal.
Não deixemos de ter piedade de verdugos e vítimas. Os primeiros, porque se preparam para grandes aflições no futuro, e os segundos porque foram maus semeadores no passado e agora colhem o que plantaram. Isso é apenas consequência, nunca castigo. Como pensar em castigo de um Pai de misericórdia e bondade, justiça e amor incomparáveis?
Deus está muito acima de nossas misérias e torpezas. Deus é a alma do Universo e não um vigia de nossas criancices.
Por isso concluo a abordagem com o parágrafo final de texto da notável Amália Domingo Soler, em quem me baseei para elaboração desses parágrafos: “Adoro a Deus na Natureza, mas não tremo ante sua cólera, nem confio em sua clemência. Deus é justo, é imutável, é eterno, é superior a todas as piedades e a todas as compaixões. Não necessita ser clemente porque é justo, pois suas leis de amor têm que cumprir-se e quando se cumpre a lei de Deus, não terá ocaso o dia de felicidade universal”.
Que expressão feliz de Amália: Deus é a alma do Universo! Obrigado, meu Deus! Por sua grandeza, pela presença no Universo, dentro de nós, em tudo que nos rodeia.
Alma do Universo
jul 13, 2018Bruno FonsecaColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em Alma do UniversoLike