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sábado 28 setembro 2024
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Algumas considerações sobre Jesus

• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador
Jesus morreu, ressuscitou e seu espírito foi para Deus. E a carne, para onde foi?

Os evangelhos informam que Jesus morreu e, no terceiro dia, ressuscitou e subiu ao Pai. O que teria sido feito de seu corpo, já que ele sumiu? Para responder a isso é preciso lembrar o que nos ensina São Paulo em sua 1ª Epístola aos Coríntios. A ressurreição, diz ele, não é ressurreição da carne, mas ressurreição do espírito. E nos ensina que enterrando-se o corpo carnal ressurge o corpo espiritual, ou seja, possuímos um corpo de carne e um corpo espiritual, e é este, o corpo espiritual, que ressurge, que ressuscita. Jesus, portanto, ressurgiu em espírito, com seu corpo espiritual. O corpo espiritual, ou perispírito, tem a propriedade de se materializar e foi assim, materializado, que Jesus não apenas apareceu como se deixou tocar pelos discípulos. Quanto ao corpo carnal do Mestre, acreditamos que ele tenha sido desagregado, por ação dele mesmo ou dos Espíritos que o assessoravam naquele momento. Edgard Armond relata no livro “O Redentor”, cap. 44, como se deu o fato do desaparecimento do corpo de Jesus.

Existem três provas de que Jesus não ressurgiu com o corpo material: 1ª. Maria de Magdala não o reconheceu e não viu feridas no seu corpo. 2ª. Pedro e os apóstolos não viram nele nenhum ferimento. 3ª. Ao aparecer para os apóstolos, estando Tomé presente, Jesus imprimiu no seu corpo espiritual uma modificação que fez com que as “chagas” ficassem visíveis, o que é uma propriedade do perispírito, que pode assumir a forma desejada, a critério do Espírito.

Vale a pena ler o livro A vida de Jesus, de Ernesto Renan?

O livro de Renan sobre a vida de Jesus foi comentado por Kardec. Renan foi, como se sabe, um grande escritor, mas, dada a sua irreverência típica, em seu livro a imagem de Jesus não é tratada com o respeito devido.
Eis o que Kardec disse sobre referida obra: “Vê-se assim que todas as suas apreciações decorrem da ideia de que o Cristo só tinha em vista as coisas terrestres. Várias mulheres – diz o Sr. Renan – proviam as suas necessidades. E ele e os apóstolos eram vivedores, que não desdenhavam as boas mesas. Joana, a mulher de Cusa, um dos intendentes de Antipas, Suzana e outras, que ficaram desconhecidas, o seguiam sem cessar e o serviam, afirma o Sr. Renan. Algumas eram ricas e punham, por sua fortuna, o jovem profeta em posição de viver sem exercer o ofício que tinha exercido até então.” (Revista Espírita de 1864, pp. 164 e 165.)

Kardec refere-se a Renan em quatro momentos: na Revista Espírita de 1864, pp. 134 a 136; na Revista Espírita de 1864, pp. 161 a 167; na Revista Espírita de 1866, p. 271, e na Revista Espírita de 1867, pp. 136 a 139.
Ler tal obra seria interessante, portanto, apenas como forma de entretenimento, mas não esperemos encontrar nela algo que edifique a alma.

Supondo-se que existem mundos superiores à Terra, e sendo Jesus o governador do nosso planeta, poderíamos concluir que existem Espíritos superiores a Jesus?

Antes de responder a essa interessante pergunta, é importante relembrar o que Emmanuel escreveu em seu livro “A Caminho da Luz”, obra psicografada por Francisco Cândido Xavier.

Na Terra – escreveu Emmanuel – passaram as gerações de todos os tempos com suas inquietações e angústias; guerras ensanguentaram o roteiro dos povos; caíram tronos e esfacelaram-se coroas milenárias. E os príncipes do mundo voltaram ao teatro terreno na indumentária humilde dos escravos.

Só Jesus não passou, na caminhada dolorosa das raças, porque ele é a Luz do Princípio, seu coração é a fonte da vida para toda a Humanidade da Terra e nas suas mãos misericordiosas repousam os destinos do mundo.
Por quê? É que na direção de todos os fenômenos de nosso sistema, existe uma Comunidade de Espíritos Puros e Eleitos pelo Senhor Supremo do Universo. Essa Comunidade, da qual Jesus é membro, apenas se reuniu nas proximidades da Terra duas vezes: a 1ª, quando o orbe terrestre se desprendia da nebulosa solar; a 2ª, quando se decidiu a vinda de Jesus à Terra.

Jesus, com suas legiões de trabalhadores divinos, operou a escultura geológica do orbe, estatuiu os regulamentos dos fenômenos físicos da Terra, organizou o cenário da vida e fez a pressão atmosférica adequada ao homem.
O Mestre, sempre sob as vistas de Deus, estabeleceu também os grandes centros de força da ionosfera e da estratosfera e edificou as usinas de ozone a 40 e 60 km de altitude, para que filtrassem convenientemente os raios solares.

Respondendo, então, à pergunta formulada, entendemos que existem muitos Espíritos Puros da estatura de Jesus, ou seja, iguais, mas não superiores a ele, porque Espíritos Puros são seres que já chegaram ao ápice da evolução e, por esse motivo, se encontram no mesmo nível evolutivo.