A pesquisa que ocorrerá dois anos após a data inicial prevista, contará com novas tecnologias e parceria de todos os setores
A Assembleia Legislativa realizou nesta quarta-feira, 17, a abertura dos trabalhos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) para dar procedência ao censo demográfico de 2022, no Estado de São Paulo.
O censo demográfico é uma ampla pesquisa realizada nas residências de todo o território nacional para coletar dados sobre as condições de vida da população.
A ação envolve uma parceria entre diversas entidades como a Fundação Seade (Sistema Estadual de Análise de Dados), o IGC (Instituto Geográfico e Cartográfico), além de prefeituras, Câmaras Municipais e outros.
A periodicidade da pesquisa é decenal e estava prevista para ser realizada no ano de 2020, entretanto, foi adiada em decorrência da pandemia da Covid-19 e de cortes no orçamento para a realização, por parte do Governo Federal.
Metodologia
As visitas dos recenseadores à população vão ocorrer entre junho e agosto de 2022. A estimativa é de que cerca de 78 milhões de domicílios sejam investigados, sendo mais de 17 milhões apenas no estado.
O deputado Mauro Bragato (PSDB) presidiu o encontro no qual representou todos os parlamentares da Casa Legislativa.
Para ele, as informações apuradas serão fundamentais para a elaboração de políticas públicas.
“O nosso Estado tem dimensões de uma nação com 46 milhões de habitantes e precisamos ter essas informações com o máximo de detalhes possíveis, não tem como fazer planejamento sem os dados da população”.
Além do deputado, estiveram presentes alguns convidados, como o chefe da Unidade Estadual do IBGE, Francisco Garrido Barcia, e o general de Brigada da Secretaria de Segurança Pública, Carlos Sérgio Camara Saú.
De acordo com Garrido, a investigação será a mais relevante, levando em consideração as adversidades que o país vem enfrentando.
“Foi aportado um volume grande de recursos em orçamento para que a gente realize essa operação censitária que certamente será a mais importante da nossa história, afinal, temos um tempo muito grande transcorrido desde o último e ocorreram muitas modificações em todos os sentidos, incluindo uma pandemia”, disse.
Seguindo o mesmo sentido que o deputado Mauro Bragato, o representante do IBGE afirmou ainda que as informações vão contribuir para a efetiva apuração de questões sociais.
“Vamos cumprir essa missão pública de interesse social e vamos entregar essas informações para que gere conhecimento suficiente para que as políticas públicas possam ser melhor concebidas, com melhorias substanciais, principalmente na diminuição das desigualdades e vulnerabilidades que ainda temos no país, especialmente nas questões mais sensíveis: segurança, saúde e educação”, reforçou.
Já o general Carlos Sérgio acredita que a área da segurança pública no Estado será uma das mais beneficiadas pelo Censo de 2022.
“[Tenho] a esperança de que teremos no próximo ano um retrato do nosso país, que será importantíssimo para todos os setores, mas principalmente para a segurança pública, que vai apoiar as atividades do IBGE no Estado de São Paulo. Também somos usuários dos dados que serão levantados”, disse.
Durante o encontro, o chefe da Unidade Estadual foi questionado se existe um procedimento acordado entre a polícia e os recenseadores para eventuais problemas de segurança nas visitas. De acordo com Garrido, a Lei 5.534/68, garante aos cidadãos a obrigação de ceder informações ao IBGE.
“Todo cidadão tem esse dever, tem uma lei que regulamenta e apoia as atividades. Nesse nível, temos parceria com a polícia militar de forma preventiva e também para a segurança dos nossos colaboradores. Quando certificado que aquele colaborador é integrante da equipe do IBGE, as portas devem ser abertas para cumprir a missão constitucional”, disse.
No Censo Demográfico do próximo ano, algumas mudanças serão implementadas. A primeira delas é nos questionários, no qual o classificado como básico vai contar com 26 perguntas, enquanto o documento com versão estendida, chamado de amostra, possuirá 77. As versões passadas possuíam 34 questões na forma simplificada e 102 na expandida. De acordo com o IBGE, algumas perguntas foram retiradas pois será possível verificá-las por outros meios.
A outra mudança será na coleta dos dados. O método presencial continuará sendo priorizado, embora outros meios como internet e telefone serão aplicados de acordo com a dinâmica necessária, como por exemplo no caso de um morador de uma residência não ser encontrado após diversas tentativas de contato.
No dia 4 de novembro deste ano teve início o primeiro teste nacional de coleta de dados para o Censo, que deverá ser concluído até dezembro de 2021. Cerca de 250 recenseadores participam da ação.