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sexta-feira 20 setembro 2024
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A voz do povo é a voz de Deus

E o povo diz não à reforma trabalhista
Nos dois discursos de sua posse à Presidência da República, Jair Bolsonaro repetiu o bordão que perpetrou toda sua campanha eleitoral: “O povo acima de tudo e Deus acima de todos”. É deveras salutar contarmos com um presidente que crê e respeita a Deus e não tem vergonha de expor suas crenças.
Como político experiente e crente fervoroso a Deus, certamente o presidente Bolsonaro também é adepto do dito popular que diz que a voz do povo é a voz de Deus. Assim, ele deveria repensar seu posicionamento, assim como de sua equipe econômica, que defende a malfadada lei da reforma trabalhista e prega o extermínio da nossa velha e boa CLT, que vem garantindo os direitos dos trabalhadores brasileiros há mais de 70 anos. Bolsonaro chegou a propor, em uma de suas postagens, aprofundar ainda mais a retirada de direitos dos trabalhadores, aproximando as relações laborais “à beira da informalidade” (sic).
Mas se a voz do povo é a voz de Deus, o povo uma vez mais se pronunciou contra reduzir as leis trabalhistas. Essa importante opinião popular foi constatada na Pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal Folha de S. Paulo no dia 5 de janeiro último, à pág. A15. A maioria dos brasileiros – 57% – rejeita menos leis trabalhistas.
Esperamos que o presidente Jair Bolsonaro, que reafirmou na sua posse que o povo está acima de tudo e Deus acima de todos, que reveja suas posições com referência à malfadada reforma trabalhista e, numa demonstração de estadista, coerente com os anseios populares, mantenha na integralidade os direitos dos trabalhadores brasileiros e de suas representações sindicais que, sem viés ideológico, primam com muita dedicação pela defesa de suas categorias profissionais.
Que Deus ilumine nosso Presidente e o povo brasileiro!
Carlos Dionísio de Morais, advogado trabalhista e juiz classista aposentado, é presidente do Sindicato dos Empregados no Comércio de Taubaté e Região