• Waldenir Cuin – Votuporanga/SP
“Assim, mais culpado é, aos olhos de Deus, o homem instruído que prática uma simples injustiça, do que o selvagem ignorante que se entrega aos seus instintos”. (Allan Kardec, em “O Livro dos Espíritos”, questão 637).
A responsabilidade que temos, dentro do contexto da vida, tem o tamanho da maturidade espiritual que ostentamos.
Nenhum ser humano foi criado por Deus, para viver no mundo, com a proposta de causar dores e sofrimentos aos que com ele caminha. Os infortúnios existentes, no âmago da sociedade, decorrem obviamente, das deliberações infelizes que as criaturas tomam ou tomaram, ainda atreladas às fortes algemas do orgulho e do egoísmo, esses nefastos corrosivos que tantos males tem causado no seio das coletividades.
No bojo das leis divinas, o maior tem o dever moral de assistir ao menor, em todos os aspectos. Assim, o homem consciente dos seus deveres e dotado de consciência espiritual, trabalha mais, ajuda mais, coopera mais e ama mais, sentindo imensa alegria e prazer em ser, realmente útil, no posto de ação em que foi colocado no mundo. Tendo plena lucidez de que receberá da vida o reflexo de tudo o que a ela oferecer.
Infelizmente, habitando um mundo de expiações e provas, como é a Terra atualmente, não será necessário empreendermos esforços enormes para identificarmos que o mal que nos rodeia é bem superior ao bem que deveríamos praticar.
Diante dessa lamentável realidade, que haveremos de mudar um dia, quando realmente nos interessarmos em construir, ao nosso redor, uma ambiência de serenidade, segue a humanidade seu cortejo de aflições, angústias, decepções e remorsos.
Inúmeras criaturas, caminhando na contramão da lógica das leis divinas, utilizam seus dotes intelectuais, do poder, da fama, do prestígio, da fortuna, para esmagarem aqueles a quem deveriam estender as mãos. Ludibriam, enganam, ferem e maltratam os que estão em condições inferiores, acreditando que nada poderá alcançá-los em suas sagas de despotismos e barbáries. Ledo engano, pois que nada escapará aos olhos do Criador e nem do juízo das nossas consciências, um dia.
O peso da culpa será sempre maior e mais intenso no dorso daquele que sabe o que deve fazer, no campo da honestidade, da ética e da moral, mas não se anima, por enquanto, em nortear suas ações no contexto da dignidade.
Como “não cai uma única folha sem que o Pai Celestial saiba”, haverá o tempo de plantar e o tempo de colher, e, naturalmente, os frutos decorrentes das colheitas terão a natureza das sementes que foram semeadas. E, se temos a liberdade de escolher quais sementes deverão ir ao solo, seremos obrigados a recolher, em nossos celeiros, a produção decorrente da lavoura plantada, seja ela boa ou má.
Refletindo, detidamente, concluímos com clareza que, mediante a liberdade que temos, cada criatura humana edificará o seu oásis de paz e de felicidade ou construirá o seu reduto de amarguras e tormentos. Ignorância, não poderemos alegar no futuro, pois que nunca tivemos, ao longo da vida, tantas informações e esclarecimentos como na atualidade, haja vista que as sábias e oportunas lições de Jesus Cristo estão conosco há mais de dois mil anos.
É ilusório pensar que a nós basta a nossa felicidade, uma vez que ela jamais será completa e convincente se não forem felizes também todos aqueles que ombreiam seus dias conosco.
O forte precisa amparar ao fraco, o rico servir ao pobre, o saudável socorrer ao doente, o inteligente esclarecer ao menos dotado intelectualmente, o famoso estender a mão ao desconhecido… Façamos isso em consonância com o Evangelho de Jesus, seguindo na direção da paz e da harmonia entre os homens ou continuemos agindo na indiferença e no descaso, usufruindo das mazelas que, no momento, nos atormentam.
Reflitamos…