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domingo 24 novembro 2024
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A porcaria

Alguns dias atrás, passava por uma praça da cidade, o celular tocou, encostei o carro e atendi.
Enquanto conversava ao celular meus olhos caíram em cinco adolescentes, três meninos e duas meninas, com roupas de escola, sentados em um banco rindo e fumando o demônio e me perguntei para quê e porquê isso?
Qual o futuro de crianças que largam a escola para fumar aquilo?
Eles acham legal, acham descolado e nem se preocupam com o futuro e nem se lembram que aquilo nada mais é que a ponte para o demônio mais forte e que uma vez que se envolvam com esse, dificilmente tem retorno.
Eles não se preocupam (talvez nem saibam e ninguém lhes falou) que tudo passa muito rápido e que, lá na frente, a vida cobra aquilo que fizemos.
Me perguntei como conseguiram aquilo? Quem é irresponsável, sujo e maldoso o suficiente para fornecer aquela porcaria para crianças? Que tipo de gente (se é que podemos chamar de gente) faz um negócio desse?
Senti lágrimas embaçarem minha visão. É muito triste porque conhecemos o filme, tudo começa com diversão, parece ser legal e depois precisa de dinheiro para comprar, aí pegam em casa escondido, muitas vezes roubam os pais, irmãos, parentes e etc., tumultuam a família, se distanciam, se isolam, se fecham em si mesmos, partem para roubos maiores e, invariavelmente, migram para coisas mais pesadas, partem para violência, crimes e a degradação definitiva acontece.
Mas, como aconteceu? Tudo era tão legal e divertido.
Parecia ter terminado o cigarro (podemos chamar assim?), das crianças, mas acenderam outro demônio e fumaram tranquilamente.
Balancei a cabeça entristecido, olhei as horas, dez e meia da manhã, horário de aula, oh meu Deus, onde estão os pais dessas crianças? Será que ainda não perceberam que o demônio entrou dentro de suas casas e está corrompendo e destruindo suas crianças?
Mas, como poderiam perceber isso? Eles tem problemas mais importantes para se preocupar. Eles têm seus vídeos nos celulares para assistir, suas redes sociais para participar, né?
Suas fotos para postar, os comentários a fazer nas fotos dos outros…tem suas televisões para assistir, seus carros para lavar e muitas outras coisas mais importantes do que saber da vida de seus filhos.
Notas da escola? Frequência nas aulas? Se comportam nas salas de aula? Respeitam o professor?
O que interessa isso?
Alguns pais de hoje não tem tempo para seus filhos, não sentam para conversar, jogar, brincar, participar da vida da criança, enfim.
Falta tempo para leva-los ao cinema, ao futebol, ao teatro, à sorveteria.
Falta tempo para ler um livro com o filho (minha mãe fazia muito isso, adorava ler um livro comigo), falta tempo para uma conversa.
Dá um celular novo e está tudo certo.
Falta tempo para aquele abraço, para aquele carinho, para aquele beijo, para aquele “Eu te amo meu filho (a)”.
Dá um notebook que resolve.
Falta tempo demais e assim, lá vão as crianças sem referências buscar, em amizades erradas, respeito e carinho que não encontram em casa.
É triste!