• Marcus De Mario – Instituto Brasileiro de Educação Moral-IBEM/RJ
Hoje já se sabe, através de pesquisas científicas, que a oração, ou prece, é um poderoso remédio na cura de enfermidades. Em 17 estudos-pesquisas revisados pela Arizona State University, ficou demonstrado que a prática bíblica de orar pelos enfermos, com ou sem imposição de mãos, realmente funciona. A explicação dos cientistas é que quando oramos em intenção de alguém, pedindo pela sua cura, liberamos um comando para o cérebro que, assim, emite energia eletromagnética que vai atingir aquela pessoa. A ação de cura fica assim explicada cientificamente, e comprovada por experimentos como, por exemplo, um em que dois grupos de pacientes hospitalares com a mesma doença foram separados em dois grupos. O grupo A teve seus nomes enviados a uma igreja para receberem orações diárias; o grupo B não recebeu orações. A constatação, depois de um mês, é que a melhora dos pacientes do grupo A, que não sabiam que estavam recebendo orações, foi mais de 20% superior aos pacientes do grupo B. Em seis meses essa diferença no estado de saúde foi de 50%.
O poder de cura do magnetismo é estudado desde Mesmer (1734-1815), estudos esses que foram significativamente ampliados pelo Espiritismo com a inserção do componente espiritual na ação de cura a distância.
A partir da questão 658 de O Livro dos Espíritos, Allan Kardec estuda o tema Prece, obtendo dos Espíritos Superiores a seguinte informação:
“A prece é sempre agradável a Deus, quando ditada pelo coração, porque a intenção é tudo para Ele. A prece do coração é preferível a que podes ler, por mais bela que seja, se a leres mais com os lábios do que com o pensamento. A prece é agradável a Deus quando é proferida com fé, com fervor e sinceridade. Não creias, pois, que Deus seja tocado pelo homem vão, orgulhoso e egoísta, a menos que a sua prece represente um ato de sincero arrependimento e de verdadeira humildade”.
E na questão 662, indagando se podemos orar utilmente pelos outros, recebe a seguinte resposta:
“O Espírito daquele que ora está agindo pela vontade de fazer o bem. Pela prece, atrai a ele os bons Espíritos que se associam ao bem que deseja fazer”.
A essa resposta, Kardec comenta:
“Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea. A prece por outros é um ato dessa vontade. Se for ardente e sincera, pode chamar os bons Espíritos em auxílio daquele por quem pedimos, a fim de lhe sugerirem bons pensamentos e lhe darem a força necessária para o corpo e a alma. Mas ainda nesse caso a prece do coração é tudo e a dos lábios não é nada”.
Portanto, quando oramos, utilizamos o poder da vontade para acionar as forças energéticas do pensamento, liberando um comando mento-espiritual para o cérebro, que distribui essa energia através do nervo vago, como sugerem pesquisas. Essa energia liberada vai ao encontro da pessoa enferma, isso através do fluido universal, que tudo preenche, assim como o som se propaga pelo ar, e mais, essa força é potencializada pelos bons Espíritos, que são atraídos pelo nosso pensamento caridoso.
Esclarece o Ministro Clarêncio, no capítulo 1 da obra Entre a Terra e o Céu, psicografia do querido e inesquecível médium Chico Xavier:
“Em nome de Deus, as criaturas, tanto quanto possível, atendem às criaturas. Assim como possuímos em eletricidade os transformadores de energia para o adequado aproveitamento da força, temos igualmente, em todos os domínios do Universo, os transformadores da bênção, do socorro, do esclarecimento… As correntes centrais da vida partem do Todo-Poderoso e descem a flux, transubstanciadas de maneira infinita. Da luz suprema à treva total, e vice-versa, temos o fluxo e o refluxo do sopro do Criador, através de seres incontáveis, escalonados em todos os tons do instinto, da inteligência, da razão, da humanidade e da angelitude, que modificam a energia divina, de acordo com a graduação do trabalho evolutivo, no meio em que se encontram… A prece, qualquer que ela seja, é ação provocando a reação que lhe corresponde. Conforme a sua natureza, paira na região em que foi emitida ou eleva-se mais, ou menos, recebendo a resposta imediata ou remota, segundo as finalidades a que se destina”.
É assim que a oração, recebendo o fluxo divino e o auxílio direto dos Espíritos que a ela se vinculam, conforme nosso desejo e vontade, atua como força medicamentosa na forma de energia salutar que invade as células do organismo físico, provocando modificações moleculares capazes de regenerar órgãos e tecidos, combater bactérias e vírus, sempre com a permissão de Deus e até o limite das provas expiações que ainda nos são necessárias aos aprendizados que nos competem diante da vida.
Oremos sempre, como um ato de caridade que traduz em ação eficaz pela cura de uma enfermidade, o “amai-vos uns aos outros”, ensinado e exemplificado pelo Mestre Jesus.
A oração e a cura de enfermos
out 30, 2019Bruno FonsecaColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em A oração e a cura de enfermosLike