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terça-feira 3 dezembro 2024
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A morte

• Astolfo O. de Oliveira Filho – Revista Virtual O Consolador
Quando alguém morre, o Espírito da pessoa pode ficar algum tempo neste plano? Se isso ocorre, por que se dá?
O Espírito, ainda que já esteja desencarnado, pode permanecer no plano terrestre por algum tempo, mas a causa disso, em última análise, é seu nível evolutivo.
Há pessoas tão apegadas à matéria que não apresentam condições nem mesmo de ir para uma cidade espiritual próxima à Crosta. A densidade do corpo espiritual – ou perispírito – a isso se opõe.
Não é difícil compreender que, como ensina Emmanuel, a lei da gravitação universal também se aplica aos desencarnados. O fato não pode, porém, prolongar-se por muito tempo porque, conforme Ernesto Bozzano disse em seu livro “A Crise da Morte”, os Espíritos dos mortos gravitam fatalmente e automaticamente para a esfera espiritual que lhes convém, por virtude da “lei de afinidade”.
Muitos deles podem, pois, permanecer ligados à sua residência por algum tempo, o que levou Bezerra de Menezes a dizer que nossos mortos são invisíveis, mas não ausentes; estão desencarnados, mas não libertos, ocasião em que mencionou a utilidade do chamado culto do Evangelho no Lar como forma de auxiliá-los.
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Que livros tratam do tema perturbação do Espírito em seguida à morte do corpo?
Várias são os livros que tratam do assunto, mas nos fixaremos aqui em três deles.
Em O Livro dos Espíritos, de Allan Kardec, o tema é objeto das questões 149 a 165, que nos informam que a perturbação post mortem é um fato natural em todos nós e varia de acordo com o grau de elevação moral do desencarnante.
No seu livro A Crise da Morte, Ernesto Bozzano, depois de examinar 18 casos cientificamente documentados sobre as fases da morte, enumerou em 12 pontos suas conclusões. Eis algumas delas: a) todos os desencarnados afirmaram terem ignorado, durante algum tempo, que estavam mortos; b) quase todos eles disseram haver passado, depois da morte, por uma fase mais ou menos longa de “sono reparador”; c) todos eles informaram que os Espíritos dos mortos gravitam fatal e automaticamente para uma esfera espiritual que lhes convém, por virtude da “lei de afinidade”.
Léon Denis, no livro Depois da Morte, explica que a separação da alma do corpo é seguida por um período de perturbação que é breve para os Espíritos justos e bons, que logo se separam com todos os esplendores da vida celeste, mas muito longo, durando às vezes anos inteiros, para os Espíritos culpados, impregnados de fluidos grosseiros.

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Gostaria de esclarecimentos a respeito do tema segunda morte, um assunto que é examinado por André Luiz em seu livro Libertação, psicografado por Francisco Cândido Xavier.
Conforme o que André Luiz expôs na referida obra, a expressão segunda morte é aplicada no plano espiritual aos casos em que há perda do veículo perispiritual, que, conquanto estruturado em um tipo de matéria mais rarefeita, seria transformável e perecível como os corpos físicos.
Do mesmo modo que há companheiros que se desfazem do veículo perispiritual rumo a esferas sublimes, os ignorantes e os maus, os transviados e os criminosos também perdem, um dia, a forma perispiritual. Pela densidade da mente, saturada de impulsos inferiores, não conseguem elevar-se e gravitam em derredor das paixões absorventes que por muitos anos eles geraram em centro de interesses fundamentais.
Leia mais no site do DT.

“Grande número, nessas circunstâncias, mormente os participantes de condenáveis delitos, imantam-se aos que se lhes associaram nos crimes”, diz Gúbio (Libertação, cap. VI, pp. 84 a 86).
Ernesto Bozzano refere-se ligeiramente ao assunto em seu livro A Crise da Morte. Segundo Bozzano, há relatos espirituais que informam que existe uma espécie de segunda morte nas esferas espirituais, precisamente como se morre no mundo dos vivos, ou seja, quando um Espírito chegou à maturidade espiritual, adormece e desaparece do seu meio, sem que os outros saibam o que foi feito dele (A Crise da Morte, pp. 133 e 134).
O confrade Paulo Nagae escreveu sobre o tema um interessante artigo, sobre o tema. De forma resumida, diz Nagae, a morte do perispírito, ou segunda morte, ocorre quando o Espírito, em sua caminhada para Deus, passa a reencarnar em mundos nos quais necessita de um intermediário mais sutil. Esse fato pode ocorrer também no caso da formação de ovoides, quando uma ideia obsessiva de ódio ou vingança, por exemplo, destrói momentaneamente o corpo espiritual.