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sexta-feira 8 novembro 2024
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A Força do Bem

• Jacob Melo
E Jesus nos legou a parábola do bom samaritano.
Lucas, em seu décimo capítulo, nos versículos 36 e 37, expõe o que deve ficar sereno em nossas consciências e não rodopiando feito pião maluco em nossas tentativas de justificativas por improdutividade: “Qual, pois, destes três te parece ter sido o próximo daquele que caiu nas mãos dos salteadores? Respondeu o doutor da lei: Aquele que usou de misericórdia para com ele. Disse-lhe, pois, Jesus: Vai, e faze tu o mesmo”.
Lembrando essa passagem, fico com a sensação de que ao apenas aplicarmos um “passezinho” numa pessoa que vai à Casa Espírita buscando ajuda, auxílio, bênção, enfim, estamos sendo apenas o sacerdote ou o levita da dita parábola, pois quase nunca chegamos a ser o samaritano misericordioso, este tão criticado, tão menosprezado, apontado como tão sem valor…
Na vida espírita somos justamente convidados ao estudo da base Espírita, à observação das escrituras, às reflexões filosóficas da alma, às pesquisas científicas ou meditações sobre estas, mas na hora de por mãos às obras, estranhamente nos pedem “mãos paradas”, o que termina se transformando num símbolo, não de doação e socorro, mas sim de pouca entrega, de quase nenhuma interação com quem precisa de mão, ombro amigo, braços erguidos e corações abertos.
O bem tem em si mesmo uma força enorme e pode fazer com que todas as estruturas da vida sejam transformadas de forma positiva e feliz, mas pouco temos feito para que isso se apresente como realidade, uma realidade que envolva a humanidade.
Às religiões cabe o papel de destacar o Bem como causa presente dos avanços e não levar as pessoas a posturas de pouca ação e pequenos resultados. E à espírita, apoiada no tripé ciência filosofia ¬moral, esse papel fica ainda mais determinante. Portanto, o que estamos esperando para desenovelar os enredos de vitórias, de ações mais positivas nas almas que já cansam de tanto sofrerem e não saberem como agir ou reagir para progredirem?
De forma alguma acredito que o magnetismo – ou os passes – seja capaz de sozinho, promover todas as mudanças e melhorias que aspiramos e buscamos, mas é inegável que ele, aplicado “convenientemente”, conforme orienta Kardec e os Espíritos da Codificação, é uma verdadeira alavanca para auxiliar a humanidade a vencer a inércia em que nos metemos.
Não podemos alegar que não somos mais eficientes por faltar literatura apropriada; Não nos cabe a justificativa de que os espaços físicos disponíveis sejam insuficientes; Também não se trata de boa explicação simplesmente dizer que “os antigos não aceitam mudanças”. Isso porquê: ¬
É vasto o campo de literatura disponível sobre Magnetismo, passes e terapias à disposição de todos, inclusive a custos quase nulos para quem dispõe de acesso à internet; ¬
A grande maioria das Casas Espíritas subaproveita seus espaços, tanto que seus horários de atividades, somados, não chegam a ocupar mais de 30 horas semanais, o que demonstra haver espaço (e tempo) de sobra para implemento de atividades onde se dedique mais atenção e melhor atendimento aos necessitados. Só que, chegados a essa conclusão, logo se reclama da falta de trabalhadores, de responsáveis pelas chaves, de inconveniências infinitas, todas obstando a que se prestem os serviços que um bom espírita deveria ter por meta.
Os chamados “antigos” tendem à acomodação sim, mas cabe aos mais jovens (não apenas na idade) a ousadia de dialogar, demonstrar, forçar para que a missão espírita não se limite a um simples estacionar de mãos. Do contrário, para que tanto estudo, tanto esforço, tanta luz a brotar do seio do Espiritismo?
O Bem tem muita força. Mas precisamos acender e erguer mais alto nossas chamas, realizando mais e melhor, independente dos problemas, entraves, acomodações, desestímulos, sofrimentos interiores e tamanha perseverança, pois a maior força do Bem é aquela que faz brotar e florescer, dentro de nós, os frutos que tão bem deve produzir.
Sejamos sacerdotes, levitas ou samaritanos, mas que socorramos os que jazem e pedem nosso apoio, nosso socorro, nossa alma de amor. Aí sim estaremos entendendo melhor a missão de ser espírita e o valor do magnetismo nisso tudo.
• Matéria extraída do Correio Espírita