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segunda-feira 23 dezembro 2024
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A Flip homenageia Euclides da Cunha

O escritor Euclides da Cunha (1866-1909) é tema da 17ª edição FLIP – Festa Literária Internacional de Paraty , que já começou nessa última quarta-feira , dia 10, e prossegue até dia 14 de julho, domingo.
Na abertura, a crítica literária Walnice Nogueira Galvão que é professora da USP, considerada uma especialista em Euclides da Cunha, falou sobre as obras do autor.

Como engenheiro Superintendente de Obras Públicas de São Paulo, Euclides passou pelo Vale do Paraíba, e participou da execução de 76 obras, entre pontes, escolas, cadeias e prédios municipais. Vale ressaltar que a Escola Dr. Lopes Chaves foi projetada por ele, e inaugurada em 1901. Essas informações constam em registros feitos pelo historiador José Luiz Pasim.
Quem está na FLIP que não conhece sua famosa obra “Os Sertões” dentre tantas outras, com destaques desde clássico ao popular, terá o privilegio de mergulhar em suas obras. Mesmo depois de Raquel de Queiroz, que falou da seca do Nordeste, daquele chão rachado como Graciliano Ramos, que também falou de Vidas Secas, e mesmo depois de alguns anos Euclides descreveu bem a história. Sua obra que conta a Guerra dos Canudos foi levada para o cinema e teatro. Chegou também ao carnaval carioca sendo enredo de Escolas de Sambas. A que mais se destacou foi uma agremiação simples do segundo grupo, “Em Cima da Hora”, em 1976.

No desfile, da comissão de frente até a bateria representaram a história com seus personagens cantando o samba pelo seus integrantes, sucumbindo a Marques de Sapucaí. Fez o público cantar junto, onde existia muitos Portelenses, Mangueirenses, Salgueirenses e tantas outras Escolas de Samba. O samba enredo foi premiado com a nota 10 de todos os jurados e o melhor samba do ano, e que até hoje é lembrado no cenário do Samba. Segue a letra :

Samba enredo da escola de samba em cima da hora

Autoria : Baianinho

Marcado pela própria natureza
O Nordeste do meu Brasil
Oh! solitário sertão
De sofrimento e solidão
A terra é seca
Mal se pode cultivar
Morrem as plantas e foge o ar
A vida é triste nesse lugar

Sertanejo é forte
Supera miséria sem fim
Sertanejo homem forte (bis)
Dizia o Poeta assim

Foi no século passado
No interior da Bahia
O Homem revoltado com a sorte
do mundo em que vivia
Ocultou-se no sertão
espalhando a rebeldia
Se revoltando contra a lei
Que a sociedade oferecia

Os Jagunços lutaram
Até o final
Defendendo Canudos (bis)
Naquela guerra fatal