• Adilson Mota
Frases como “quem erra neste mundo, quando desencarna vai para o Umbral” são comuns no meio espírita, transformando o Consolador em carrasco. O pensamento das religiões cristãs deixou impregnado na mente coletiva, através dos tempos, a ideia de culpa e ainda carregamos em nós esse modo de pensar que se reflete quando da interpretação dos princípios espíritas.
Podemos afirmar que muita dor e sofrimento já foram gerados (e continuam sendo) pelos sentimentos de culpa que desenvolvem remorsos e que paralisam os esforços construtivos do progresso espiritual. A Doutrina Espírita, na sua feição de consolador, não atribui culpabilidade, mas sim responsabilidade pelo que fazemos e pensamos. Informa que somos artífices do nosso destino e que aquilo que plantamos iremos colher. Nos mostra, porém, as possibilidades existentes de recuperação do ser sem que precisemos alimentar-nos de lamentações improdutivas.
Enquanto o arrependimento é benéfico, pois é revelador dos nossos descaminhos, abrindo oportunidades de correção dos mesmos, a culpa e o remorso nos colocam em situação de estagnação e nos cegam quanto ao ensejo de modificar a caminhada e transformar o nosso panorama interno.
Ao incentivar a culpa criamos inúmeros tropeços na vida das pessoas e muitas doenças físicas, psíquicas e psicossomáticas têm o seu nascedouro nesse sentimento. São enfermidades cujas raízes encontram-se fixadas na vida presente e muitas outras que têm origem em encarnações passadas.
Pensemos nisso enquanto magnetizadores espíritas. Usemos o verbo positivo que levanta, não apontemos erros, esclareçamos quanto à responsabilidade de cada um, sem, no entanto, assinalar punições. Incentivemos o arrependimento e a reparação através da prática do bem, ensinando a enxergar os deslizes como detalhes negativos da nossa experiência, mas que podem ser modificados e transformados em algo proporcionador de lições valiosas e oportunidade de crescimento, pois a palavra também emite magnetismo e como tal pode erguer ou rebaixar, criando saúde ou doença.
A doutrina consoladora e as penas futuras
jun 27, 2018Bruno FonsecaColuna Espírita (Agê)Comentários desativados em A doutrina consoladora e as penas futurasLike
Previous PostEsportistas taubateanos continuam em ação
Next PostProUni oferece 34.571 bolsas integrais e parciais