Estamos habituados a valorizar o cuidado em termos éticos, mas não em termos econômicos. E isto cria injustiças d fundo na organização das nossas sociedades.
Na balança carregamos todo o peso sobre o prato da produtividade, como se a mãe qu cuida dos filhos, as famílias que cuidam dos seus idosos, ou as multidões de voluntários que dedicam gratuitamente parte de sue tempo a todo o gênero de causa humana não grassem um valor real e indispensável ao nosso viver comum.
Sobre está questão chama a atenção a filósofa canadense Jennifer Nedelsky, que considera urgente superar a situação atual. Nedelsky participa há muitos anos no debate sobre o enquadramento diferente (inclusive econômico) das relações sociais entre homens e mulheres, jovens e idosos, ricos e pobres. E alerta que, sem um novo equilíbrio entre a cultura do trabalho e do cuidado, será a democracia que pagará dramaticamente o preço.
No seu projeto, por exemplo, as horas semanais de trabalho devem diminuir, a fim de que, em contrapartida, cada adulto possa dedicar-se às artes do cuidado, e isso seja incluído na sua remuneração final.
A própria idéia do que é sucesso deve ser modificada, caso contrário continuará a haver analfabetos nas dimensões humanas fundamentais.
O termômetro da excelência deve ser a vida integral, não somente o trabalho produtivo.