Gotas de orvalho para florir – Foto: Divulgação
“O homem não tem medo da morte, mas da transição“ – Allan Kardec
Essa não é uma matéria composta de fotografias e dados de arquivo. O empirismo pela catarse pessoal, proveio, de incontáveis dias, muitos meses, e anos nem computados. Antes da chegada, apenas física, da finitude parental.
Catarse, termo do grego, “kátharsis”, que significa limpeza ou purificação pessoal. A preexistência do espírito sobrevive ao corpo. Tanto inumação como cremação são formas de acomodar o corpo somático.
Apesar da aparência moderna, a cremação é uma cultura de quase três mil anos. Consoante tradições, para as religiões do Oriente, queimar o corpo é uma prática consagrada. O fogo tem uma função purificadora, eliminando os defeitos da pessoa e libertando a alma.
A inumação é o ritual mais praticado. Consiste no sepultamento convencional em cemitérios. À proporção que houver amadurecimento e compreensão para a extensão da vida, o ser humano saberá valorizar cada momento terreno e devotará ao corpo o devido valor que ele merece. Para alguns, a cremação se apresenta como um bálsamo de libertação.
Das cinzas à resiliência
O estresse (quando desfaz) e o distresse (quando permanece) são respostas a situações de impactos emocionais relacionados a acontecimentos já no pretérito. Só sabe é quem passa à guisa de própria vivência. O desconforto íntimo – desfazer, o estresse, que gerou a busca pelo conforto interior, o preenchimento de uma lacuna pessoal gerado pelo desgaste de energia vital, e, a complacência para lidar com a mudança de ambiente. A inquietude – repetição com frequência de percursos, antes visitados, em momentos de bem-estar. Descondicionar sentimentos é fator positivo.
Direcionamento – harmonia, essência da hatha yoga, o refrigério através do CVV – Centro de Valorização da Vida, a sensatez do conteúdo da Rádio Boa Nova e a prática dos 5S, sistema desenvolvido no Japão – “Senso de” – tradução das letras iniciais de cinco palavras japonesas no conceito de cada senso: Seiton – senso de ordem, cada coisa em seu lugar; Shitsuke – senso de disciplina com flexibilidade e manutenção do programa 5S; Seiri – diferenciar o útil do que é inútil, arrumar, destinar o desnecessário; Seiketsu – preservar as condições de trabalho, físicas e de lazer, favorecimento à higiene moderada; Seiso – senso de limpeza do ambiente de casa ou do trabalho. Mãos à obra: espargir as cinzas de cremação é um modo de eliminar o sentimento pessoal enlutado de dentro de casa.
Opcionalmente, a empresa responsável pela cremação sugere: guardar em casa ou espargir as cinzas cremadas em locais abertos, espaço ambientado de bem-estar ou de costume da pessoa falecida. Os elementos da natureza, ato de pulverizar (elemento ar) as cinzas (fogo) em lugares ventilados, tais como: jardins (terra), canteiros, mares e rios (água), estruturas de rocha, no entorno de troncos de árvores etc.
É importante que a pessoa responsável pelas cinzas do ente querido(a), ao portar as cinzas cremadas, conduzir, também, o Certificado de Cremação de Cinzas, bem como, uma via do Protocolo de Retirada de Cinzas expedidos pela empresa de cremação. O cálcio do pó dos ossos é adubo para as plantas e o chão. O fato de as cinzas serem expostas ao ar livre, no solo, não traz danos ao meio ambiente pela razão de nenhuma célula do corpo humano, sequer, resistir a uma temperatura maior que 1000ºC, afirma o médico legista, Dr. Carlos Coelho, do Instituto Médico Legal de São Paulo.
Quanticamente, a citação bíblica – “e ao pó da Terra todos retornaremos”. Prezados leitores, leitoras, como profundo admirador do rabino de Belém da Judeia, o Filósofo Cristo, eu digo: se por algum minuto de leitura desse conteúdo, existir alguma serventia ao próximo, independentemente, vale a pena afirmar: “Feliz de quem tem mais de mil razões para viver” – Dom Hélder Câmara.
Tibério de Sá Leitão – Jornalista