Mentora de carreira e liderança da POP RH, Carol Ribeiro Guerra, explica os desafios dos empresários em encontrar perfis de candidatos de acordo com suas necessidades
Você sabia que 81% dos empregadores têm dificuldades para encontrar profissionais com qualificação necessária para suas vagas? É o que mostrou uma pesquisa realizada pela consultoria de recursos humanos ManpowerGroup, com 40 mil empresas, em 40 países. O Brasil ocupa o nono lugar no ranking de nações com mais falta de mão de obra qualificada para as oportunidades disponíveis no mercado de trabalho.
Atrair bons profissionais para suas operações é um dos grandes desafios para pequenas, médias e grandes empresas da RMVale (Região Metropolitana do Vale do Paraíba e Litoral Norte). Mas, afinal, como explicar esse cenário onde centenas de empregadoras têm dificuldades para encontrar perfis de candidatos de acordo com suas exigências e quais elementos definem esse bom profissional?
A mentora de carreira e liderança da POP RH, Carol Ribeiro Guerra, explicou que as companhias consideram um bom profissional aquele que tem as competências técnicas para desempenhar a função (quando solicitado pela posição), mas que também possua características comportamentais, que vão ao encontro da cultura da empregadora, e disposição para investir seu tempo para o desenvolvimento de mais hard e soft skills.
“De nada adianta o profissional ter dezenas de certificados e experiências, se ele não é capaz de trazer resultados ou até mesmo de se relacionar de maneira agregadora com sua equipe.
O mercado está aquecido, temos muitas vagas em busca de profissionais preparados, mas algumas áreas têm mais dificuldades do que outras para selecionar, até mesmo por conta da complexidade de skills buscadas”, disse.
No Brasil, por exemplo, não é novidade que os empresários do ramo de tecnologia estão sofrendo para encontrar pessoas qualificadas, mas outras áreas também têm sentindo essa mesma pressão, mas de forma silenciosa, como os setores de saúde, logística e serviços. As empresas argumentam a ausência de candidatos mais preparados para suas operações, mas será que não falta flexibilidade nos padrões e requisitos para as vagas?
“Como profissional do ramo de consultoria de recursos humanos que atende empresas e também profissionais em busca de recolocação, posso dizer com conhecimento de causa que existe um gap a ser trabalhado. As empresas precisam buscar um equilíbrio melhor e mais plausível entre o que acham que precisam e o que realmente necessitam. Fazer pesquisas de mercado e buscar profissionais especializados são ótimas formas de evitar que exista rotatividade alta na posição e falta de produtividade”, disse.
A mentora de carreira apontou que uma das formas de tentar driblar a dificuldade em encontrar perfis mais preparados e de acordo com a demanda é fazer a contratação do candidato pelas competências e características comportamentais e investir em cursos e treinamentos para o desenvolvimento de competências técnicas.
“O profissional qualificado é aquele que possui os conhecimentos técnicos, seja por meio de formação ou por acúmulo de experiências. Já o profissional habilitado, além de qualificado, ele deve ter registro e ser autorizado para executar determinadas funções, como por exemplo, acontecem com os advogados, que devem ser habilitados pela OAB ou engenheiros habilitados pelo CREA, contabilistas pelo CRC, entre outros”, disse Carol.
Já o bom profissional é o que mais se adequa a uma posição específica. O candidato pode não ‘caber’ em uma vaga, talvez por conta da cultura da empresa ser diferente daquilo que ele se interessa ou porque determinada posição não seria um lugar de potência. “Isso não quer dizer que não seja um bom profissional, só que talvez aquela vaga não seria o melhor para o candidato. É preciso lembrar que todos temos nossas fortalezas internas e pontos de melhoria, o importante é enxergarmos no que eles podem nos ajudar e em que podemos melhorar para atingir melhores resultados”, finalizou.